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Após ser cassado, Cunha voltou a afirmar que virou um 'troféu'

E criticou o governo Temer, a imprensa e o PT

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Redação iBahia

13/09/2016 às 10:03 • Atualizada em 29/08/2022 às 17:45 - há XX semanas
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Em entrevista logo após a efetivação de sua cassação, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse que o governo Michel Temer, ao apoiar a candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à Presidência da Câmara, eleito em acordo com o PT, aderiu à agenda de sua cassação. Cunha atacou principalmente o assessor especial de Temer, Moreira Franco, a quem chamou de "eminência parda" e lembrou que é sogro de Rodrigo Maia. Cunha voltou a afirmar que "virou um troféu" para o discurso do golpe, e culpou a imprensa pelo processo que o tornou inelegível. (Veja como votou cada deputado) — É o conjunto político. O processo de vingança da conjuntura. Eu culpo o governo hoje, não que o governo tenha feito alguma coisa para me cassar. Mas quando o governo patrocinou a candidatura do presidente que se elegeu em acordo com o PT, o governo, de uma certa forma, aderiu à agenda da minha cassação. O governo hoje tem uma eminência parda. Quem comanda o governo é o Moreira Franco, que é o sogro do presidente da Casa. O sogro do presidente da Casa comandou uma articulação que fez com que tivesse uma aliança do PT — disse Cunha.Somente um deputado baiano votou contra cassação de Cunha; veja lista Câmara cassa mandato de Eduardo Cunha por 450 votos a favor e dez contra O ex-presidente avisou que pretende escrever um livro do impeachment e que vai contar tudo o que aconteceu, inclusive diálogos com o presidente Michel Temer. — Diálogos com todos os personagens que participaram comigo com relação a isso serão tornados públicos na sua integralidade - afirmou. Ao tempo que eu for me lembrando, vou expor a vocês. Ele disse que não gravou as conversas, mas lembra delas de memória. E questionado se Temer teria que ter receio do que ele irá contar no livro e se eles tinham conversado sobre impeachment, respondeu de forma enigmática: — Não sou uma pessoa de fazer ameaças veladas. Acho que a sociedade merece saber. Leia meu livro que você vai saber. O ex-presidente também atacou duramente o próprio Maia que disse que, com o apoio do governo e do PT, agiu para que ele fosse cassado. Cunha reclamou que Maia tinha dito que começaria a votação com quórum de 420 deputados e não cumpriu. — Com apoio do governo e do PT ele queria me cassar. Conseguiu entregar minha cabeça. Houve uma pauta, um compromisso do presidente da Casa de pautar e me cassar, era sabido que se começasse a sessão hoje ela ia começar e terminar como terminou. Se fosse depois da eleição o resultado obviamento não teria sido esse - afirmou o ex-presidente. Cunha disse que buscará recursos judiciais contra a decisão, mas não escondeu o desânimo em relações a decisões sobre os questionamentos que faz ao Supremo Tribunal Federal (STF): — Quando busca a discussão no Supremo, eles dizem que é interna corporis. Quando busca interna corporis, não cumprem. Eu que conheço bem o regimento sei que foi descumprido várias vezes, violentamente — disse Cunha Ele diz que cometeu muitos erros, mas que não foram seus erros que o levaram a ser cassado e sim a política: — Eu errei muitas vezes, sou humano, mas o que está levando a minha cassação é a política. Fui vítima de uma vingança política, perpetrada no meio do processo eleitoral — disse. Cunha afirmou que só tema a Deus e evitou responder se acredita que será preso, agora que perdeu o foro de deputado no Supremo e será julgado pelo juiz Sérgio Moro. — Só faz delação quem é criminoso. Eu não sou criminoso e não preciso fazer delação. Vou escrever um livro sobre o impeachment tornando públicos os diálogos com todos que falaram comigo. Não gravei conversas, tenho boa memória.

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