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Brasil: Mais de 40 pessoas com Síndrome de Down nas universidades

Esse número é motivo de comemoração. Se você pega países ricos, como a Suíça, pessoas com Síndrome de Down não chegam nem ao Ensino Médio

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Redação iBahia

21/03/2017 às 20:11 • Atualizada em 31/08/2022 às 23:19 - há XX semanas
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Nesta terça-feira, 21 de março, comemora-se em todo o mundo o Dia Internacional da Síndrome de Down. No Brasil, os avanços na conscientização e inclusão de crianças, jovens e adultos com Down nas instituições de ensino são mais um motivo para celebrar a data. Levantamento do “Movimento Down” mostra que já há cerca de 40 alunos com Síndrome de Down nas universidades brasileiras.
Esse número é motivo de comemoração. Se você pega países ricos, como a Suíça, pessoas com Síndrome de Down não chegam nem ao Ensino Médio. Muitos países desenvolvidos, como a França e a Alemanha, ainda estão na era das escolas especiais - explica Patrícia Almeida, cofundadora e conselheira do “Movimento Down”.
Apesar de o direito à matrícula de pessoas com Síndrome de Down nas escolas e universidades ser garantido por lei, Patrícia conta que ainda são muitos os casos de instituições que, apesar de aceitarem a matrícula destes alunos, não fazem ajustes necessários para os receber de forma adequada.
- Sabemos de algumas, por exemplo, em que os pais tiveram que se matricular junto para garantir que o filho pudesse acompanhar as aulas - lamenta.
O judoca Yves Levy faz parte dessa estatística e, aos 27 anos, é calouro do curso de Educação Física na Sogipa, em Porto Alegre. Empolgado com a nova rotina, ele conta que suas experiências dentro e fora de sala de aula são comuns a qualquer universitário:
- No início foi mais difícil, mas depois me adaptei bem ao curso. Nunca senti preconceito da parte de ninguém. Gosto muito da minha faculdade, principalmente da aula de basquete, com o professor Jorge. Conheci minha namorada, que também tem Síndrome de Down, no campus. Posso dizer que estou feliz.

Suzanne Levy, mãe do atleta, elogia a abordagem dos professores e colegas do filho:
- É preciso tratá-los de forma igual, porque eles não são diferentes.

O diretor geral da Sogipa, Luiz Otavio Silva, explica que não há diferença na forma como o conteúdo é abordado com Yves:
- Yves foi o nosso primeiro aluno com Síndrome de Down, mas se a gente não se dá conta, nem percebemos essa questão. Ele é um aluno com ótima aprendizagem e cobramos deveres e conteúdo como qualquer outra pessoa. Nos orgulha muito ter o Yves como aluno.
Pesquisa realizada no fim do ano passado pela Universidade de Harvard em parceria com o Instituto Alana constatou que educar de forma inclusiva é frutífero para todos os alunos - com e sem deficiência. Segundo o estudo, pessoas sem deficiência que estudam em salas de aula inclusivas têm opiniões menos preconceituosas e são mais receptivas às diferenças. Já os alunos com Down apresentaram uma melhora acentuada na linguagem e na memória.
Patrícia é mãe de uma menina de 12 anos com Síndrome de Down e espera um futuro mais inclusivo e com mais oportunidades para a filha:
- Quero para ela o mesmo que para minhas outras filhas, que não têm deficiência: que se desenvolva e possa fazer suas escolhas de acordo com seus talentos e desejos. É compreensível que os pais queiram poupar as pessoas com deficiência de frustrações e riscos. Mas proteção em excesso também é uma forma de discriminação. As primeiras pessoas que têm de acreditar no potencial das pessoas com Síndrome de Down são suas famílias.
O Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado desde 2006 em 21 de março, faz alusão à trissomia do cromossomo 21, presente em pessoas com Down.

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