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Caso Yoki: polícia vai pedir que Elize fique presa até julgamento

Delegado que cuida do caso deu a investigação como encerrada na sexta-feira (8)

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09/06/2012 às 19:15 • Atualizada em 27/08/2022 às 5:11 - há XX semanas
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Elize Matsunaga, viúva do diretor-executivo da empresa de alimentos Yoki, deve ficar presa até o julgamento. Isto é o que vai pedir a polícia de São Paulo. O delegado que cuida do caso deu a investigação como encerrada na sexta-feira (8). Os detalhes da confissão de Elize estão relatados no inquérito. O advogado de defesa, Luciano de Freitas Santoro, por sua vez, tentou explicar o que levou Elize a matar o marido. No dia 19 de maio, um sábado, Marcos tinha ido buscar a mulher, a filha e a babá dela no aeroporto. “Elize tinha ido para o Paraná em companhia da babá e de sua filha. Eles retornaram do aeroporto para casa. A babá foi embora, a criança foi dormir e eles pediram uma pizza. Quando a pizza chegou, a Elize contou para o Marcos que sabia que ele estava traindo”, relatou o advogado. Segundo o G1, Santoro disse que Marcos teria ficado transtornado. “Eles levantaram da mesa. O Marcos desferiu um tapa na cara da Elize. Ele falou: ‘Eu conheço teu passado, eu vou levar teu passado para Vara da Família.’ Era o caso de ela ter sido garota de programa. Ele usou outras palavras e aquilo foi difícil no momento. Nesse momento, foi desferido o tiro e ceifou a vida do Marcos”. De acordo com a defesa, Elize pensou em ligar para a polícia depois de atirar, mas desistiu. Ela escondeu o corpo do marido por mais de dez horas em um quarto, até tomar a decisão de esquartejar o corpo e deixar as partes em uma estrada em Cotia, na Grande São Paulo. “Ter seccionado o corpo foi porque pura simplesmente ela não conseguiria carregar o corpo. Não era previamente pensando em nada de esquartejar o marido. É porque ela não conseguiria tirar o corpo do apartamento. Foi nesse sentido a ocultação”, disse o advogado. Crime A viúva confessou o crime na quarta-feira. Após oito horas de depoimento, o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Jorge Carrasco, disse que não há dúvidas em relação à autoria do crime e acredita que o assassinato não foi premeditado. Segundo ele, Elize afirmou que realizou tudo sozinha e atirou contra o marido na sala, após uma discussão conjugal por conta de uma traição que teria sido descoberta por ela. A arma usada para matar o executivo - uma pistola 380 - foi um presente dele para a mulher - Matsunaga era colecionador de armas. Elize revelou que a pistola não estava entre as que foram entregues para a Guarda Municipal de Cotia destruir. Ela a guardou em uma gaveta do apartamento onde eles moravam, na Vila Leopoldina (Zona Oeste). O casal fazia curso de tiro e ela era considerada uma boa atiradora. Após o disparo, que atingiu o lado esquerdo da cabeça de Marcos, Elize disse ter levado o corpo do marido para um quarto do imóvel e ter aguardado cerca de 10 horas antes de esquartejá-lo no banheiro da empregada. Os vestígios de sangue foram limpos depois. Conhecedora de anatomia - Elize é técnica de enfermagem e trabalhou em um centro cirúrgico -, ela disse ter usado uma faca com lâmina de 30 centímetros para cortar os braços, pernas, tronco e a cabeça do executivo. Após o trabalho, que durou cerca de quatro horas, ela embalou os pedaços em sacos plásticos. Em seguida, Elize usou três malas para transportar o corpo e dirigiu até uma estrada de terra em Cotia, onde atirou todos os pedaços em um matagal. Ela disse que o casal frequentava um sítio em Ibiúna e costumava passar pela estrada. Herdeiro da Yoki teria três amantes A polícia tenta identificar o detetive particular que foi contratado por Elize para investigar se o executivo Marcos Matsunaga a traía. Ele é procurado para que seja intimado a prestar depoimento sobre seu trabalho. Policiais informaram que o profissional seguiu o executivo e descobriu que, entre 17 e 18 de maio, ele saiu com algumas mulheres. Fotos e relatórios sobre três supostas amantes foram enviadas para Elize. No computador da vítima, peritos da Polícia Técnica Científica identificaram ainda acessos a sites de prostituição. Neto do fundador da Yoki, uma das principais companhias do ramo de alimentos do país, Matsunaga estudou no Colégio Santa Cruz e formou-se na Fundação Getúlio Vargas. Antes de trabalhar na empresa da família, foi funcionário do Grupo Wal Mart. O empresário era também fotógrafo amador e um grande conhecedor de vinhos. Vizinhos do prédio onde ele morava contaram que o empresário era uma pessoa discreta e simpática. Todas as manhãs, o empresário caminhava até um mercadinho local, onde comprava pão, sempre sozinho, dizem funcionários. Na igreja que ele frequentava, a Catedral Anglicana de São Paulo, poucos sabiam que Matsunaga era um executivo tão importante, afirma o reverendo Aldo Quintão. Ele costumava assistir às missas ao lado da mulher e da filha de 1 ano. O empresário e Elize passaram a frequentar a igreja anglicana há cerca de três anos, quando se casaram. Lá batizaram a filha. Matsunaga era divorciado e tinha outra filha de 3 anos do primeiro casamento. Ele e Elize ainda costumavam doar brinquedos para as crianças de uma creche mantida pela igreja em Brasilândia. “Eles faziam questão de embalar e entregar pessoalmente os presentes”, afirma o reverendo. O empresário deixou um seguro de vida de R$ 600 mil, que tinha a mulher como uma das beneficiárias.

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