Foi o chinelo preto usado por Raí de Souza, de 22 anos, no dia de sua prisão que aumentou ainda mais as suspeitas da polícia de que o rapaz participou do estupro coletivo da jovem X., de 16 anos, no Morro do Barão, na Praça Seca. Um dos investigadores da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente Vítima (Dcav) notou que o modelo era exatamente o mesmo que aparecia, rapidamente, no fim do primeiro vídeo do crime. Para a polícia, o calçado o colocou na cena do crime. A especializada vai solicitar uma perícia para confirmar que se trata do pé de Raí na filmagem.
Ao ser preso, Raí mantinha sua versão de que sequer estava no “abatedouro” (como chamam o local do estupro), quando o vídeo de X. foi gravado. Ao ser confrontado com a suspeita de que o pé que aparece nas imagens seria o seu, ele mudou a versão e admitiu que estava no lugar do crime. O rapaz alega, no entanto, que quem filmou a jovem foi um traficante conhecido como Jefinho, que também teve a prisão decretada pela Justiça.
Nessa segunda-feira, a Dcav recebeu o laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) do primeiro vídeo. Os peritos concluíram que havia pelo menos quatro homens no local, por causa das vozes que são escutadas. Também foi constatado que que duas pessoas fizeram a gravação, ou seja, o celular passou da mão de uma pessoa para a de outra. A perícia do segundo vídeo do estupro descoberto pela polícia deve ficar pronta na sexta.
Suspeito culpa a vítima
Num vídeo feito pelos investigadores da Dcav no dia em que Raí foi preso, o jovem culpa a vítima pelos abusos que ela sofrera. O rapaz diz que a garota estava errada por estar em local frequentado por traficantes. As alegações do jovem foram feitas em uma conversa informal com os agentes.
As primeiras imagens do abuso, que acabaram viralizando na internet, também possibilitaram que a polícia identificasse Raphael Assis Duarte Belo, de 41 anos, como suspeito de manipular as partes íntimas da jovem. O homem que aparece no vídeo está segurando uma chave de moto do mesmo modelo da do rapaz.
Ontem, a jovem que foi ao baile funk com X. prestou novo depoimento à polícia. Depois da festa, ela contou que esteve numa casa abandonada com a vítima, Raí e Lucas, onde mantiveram relações sexuais consentidas. Segundo a jovem de 18 anos, na casa, Raí deitou na cama com X., enquanto ela ficou com Lucas num colchonete no chão.
Por volta das 10h, ela e os rapazes teriam decidido ir embora, mas X. quis ficar. Ela teria sido estuprada depois disso, em dois momentos. A Polícia Civil fará uma operação no Morro do Barão, ainda esta semana, para tentar identificar a casa onde o grupo fez sexo. Os agentes querem ainda levantar a distância entre o local e o “abatedouro”.
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Redação iBahia
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