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A economia no país mudou. A renda média da família brasileira cresceu e o reflexo é sentido nas gôndolas dos supermercados. Com a proximidade do Natal e das festas de fim de ano, as redes de supermercados já começam a se preparar e o cenário de consumo é outro. Se antes as famílias só levavam o peru para casa, hoje, a nova classe C quer é inovar. “Aqueles que só compravam ameixa, agora já levam produtos como damascos e figos. Essa evolução do poder de compra da classe C faz eles quererem experimentar. E o Natal é uma boa época para isso”, comenta a gerente geral da loja Extra da Paralela, Wedja Rocha. A expectativa é que as lojas da rede Extra já estejam preparadas para o Natal nesta primeira semana de novembro. Wedja ainda explica que o Extra investiu nos importados. Os damascos e os figos virão da Turquia, as amêndoas e tâmaras dos EUA, nozes e avelãs do Chile, uvas, passas e ameixas da Argentina e as castanhas de Portugal. “Trabalhamos com uma expectativa agressiva de crescermos 20% este ano em relação ao mesmo período do ano passado”, acrescenta a gerente do Extra Paralela. Com a estabilidade do dólar, Wedja ainda salienta que os preços das frutas secas e das frutas finas não devem subir. “É uma questão de oportunidade. Com o mercado estável, conseguimos uma negociação maior”, ressalta. Também não ficam de fora as expectativas com relação aos panetones e vinhos. “Na linha dos panetones, esperamos um aumento de vendas de 10% e para os vinhos temos um custo-benefício excelente, com vinhos entre R$ 18 e R$ 20”. A única categoria que o Extra ainda não fechou a encomenda foi a de aves natalinas. “É um produto que o consumidor compra em cima da hora e fechamos mais tarde também para conseguirmos o melhor preço”, conta. antecedência Apostando exatamente nesse aumento de consumo dos produtos natalinos, a empresa Walmart, dona das lojas Bompreço e Todo Dia, está expondo esses artigos alimentícios desde a primeira semana de outubro. “Antecipamos as vendas este ano e já percebemos uma boa procura. Alguns desses produtos não são mais consumidos só no Natal. Já caíram no gosto dos clientes”, informa Antonio Neto, gerente de marcas próprias do Walmart Nordeste. Um exemplo é o pêssego em calda, que, segundo Neto, tem um crescimento notável de um ano para o outro que já alcança os 45%. “Atribuímos esse aumento ao aumento da renda das famílias que também começaram a comprar frutas secas e cristalizadas”, analisa Neto. Segundo o gerente de marcas próprias, a aposta do Walmart é exatamente nesse setor. Com preços até 25% menores do que marcas líderes, a rede está se concentrado em oferecer panetones e cestas natalinas com seus artigos. “Se eu tiver que citar os três produtos mais queridinhos, sem dúvida, seriam os panetones, as aves natalinas e as cestas natalinas”, informa Neto. Todos esses artigos também são ofertados com a marca própria da rede Walmart. A expectativa da empresa é um aumento de vendas de 30% e a rede também não fala em um acréscimo de preços com relação ao ano passado. Já o diretor de operações do GBarbosa, Frederico Araújo Pereira, informa que, além do mix sazonal, irão reforçar as compras de itens que são regulares, mas também muito procurados nessa época do ano, como azeites, leite de coco, bacalhau, queijo do reino, vinhos, espumantes, etc. “A expectativa é aumentar as vendas em 12% com relação a 2011”. Segundo Pereira, as vendas começam a crescer a partir da segunda quinzena de novembro, quando grande parte da população recebe uma parcela do 13º salário. A decoração das lojas GBarbosa deve ficar pronta a partir do dia 19 deste mês.
DiferencialJá o gerente de operações das delicatessens Perini, Cassio Rocha, investe no diferencial da rede: produtos variados e com muita qualidade. Ele diz que a aposta para este ano são as cestas natalinas, que são formadas por um mix de importados e pelos panetones salgados. “Os de calabresa e de provolone são os mais requisitados”, comenta. A Perini também aposta na personalização das cestas e na oferta dos próprios produtos para conquistar clientes. “Vamos continuar com os assados decorados e intensificar nossa fabricação de panetones. Esperamos um aumento de produção e procura de até 15% este ano”, acrescenta o gerente de operações da Perini.
Encontro de supermercadistas começa hojeQuatro dias de muitas negociações, aprendizados e diversão. Segundo o presidente da Associação Baiana de Supermercados (Abase), Teobaldo Costa, essa é a proposta do 36º Encontro Baiano de Supermercadistas, que acontece de hoje até domingo no resort Iberostar (Praia do Forte). A Abase é responsável pela realização do evento. Segundo Costa, este ano, o encontro terá o caráter de confraternização que sempre teve, mas também contará com uma rodada de negócios. “Esperamos movimentar R$ 100 milhões só neste dia”, acrescenta o presidente da Abase. A rodada será marcada pelo encontro dos 250 supermercadistas baianos com os 400 donos de indústrias e fornecedores de todo o país que estarão presentes. A rodada de negócios acontece amanhã. Não há mais vagas para todo o evento. Costa destaca que tem as melhores expectativas para o encontro por causa do momento vivido pela economia baiana. “Temos um crescimento forte nas classes C, D e E. Pesquisas já mostram que quando as pessoas começam a receber mais de três salários mínimos os gastos delas aumentam nos gêneros alimentícios”, informa. Também por essa razão, Costa explica que o estado tem atraído fábricas e centros de distribuições para cá.
Matéria original Correio 24h Classe C quer produtos novos na cesta de Natal, além do peru e panetones