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Consumidor quer segurança de produtos, mas ainda compra em camelô

Ghelman apontou a necessidade de conscientizar cada vez mais a população para que evite comprar em camelôs produtos relacionados à segurança

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28/05/2015 às 21:26 • Atualizada em 27/08/2022 às 2:29 - há XX semanas
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Pesquisa feita pelo Instituto MDA para o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) apurou em dez estados brasileiros que os consumidores, embora preocupados com o consumo responsável de energia e a segurança dos produtos, ainda compram em camelôs artigos que não têm controle. A pesquisa retrata a realidade, disse hoje (28) à Agência Brasil o chefe da Divisão de Gestão Corporativa do Inmetro, Silvio Ghelman.
“De fato, o brasileiro está mais preocupado com o consumo de energia ao longo dos últimos anos. A questão da etiquetagem, o uso de produtos com selo [do Inmetro] tem ganhado importância”, comentou. O consumidor, acrescentou Ghelman, tem entendido cada vez mais a importância da etiquetagem e utilizado isso em suas compras. A marca do Inmetro também é um fator forte para a maioria dos brasileiros. A maior parte da população prefere comprar um produto com a marca do Inmetro do que um produto sem selo, “mas a gente sabe que o critério preço é importante na decisão de compra”. Por isso, Ghelman considerou natural que ainda se comprem produtos em camelôs. Cerca de 32,1% relataram ter adquirido um produto no mercado informal nos últimos 12 meses, com destaque para brinquedos (37,1%).
Ghelman apontou a necessidade de conscientizar cada vez mais a população para que evite comprar em camelôs produtos relacionados à segurança, como brinquedos e artigos infantis, em especial. “É uma temeridade comprar esses produtos em camelô. A relação custo/benefício não é vantajosa”, disse. O problema reside em uma mudança de cultura, apontou. Feita entre os dias 19 de janeiro e 12 de fevereiro deste ano, com 3.387 pessoas, a pesquisa procurou entender a percepção do consumidor sobre hábitos de consumo, ligada a produtos que o Inmetro regulamenta: brinquedos, artigos escolares, adaptadores de tomadas e isqueiros.
Houve avanços. “Já foi pior”, disse Silvio Ghelman. No caso de etiquetas de consumo de energia, a pesquisa constatou que 92% dos consultados lembram ter visto o selo nos produtos. “'É um número muito alto. Quase a totalidade das pessoas”. Quando se pergunta se o entrevistado sabe o que a etiqueta significa, a resposta é positiva para 75,7% do total, dos quais 92,6% afirmaram saber que a etiqueta indica menor consumo de energia em eletrodomésticos e 3,3% que indica produtos ecologicamente corretos. “A gente vê que tem um percentual muito alto de entendimento da população sobre etiqueta de consumo. Ele é menor na população mais idosa (50,2%), mas chega a atingir quase 90% para quem tem nível de escolaridade superior completo ou pós-graduação”. A pesquisa mostra que também é elevado o percentual de brasileiros que levam em conta a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Ence) na compra de eletrodomésticos, como fogão, geladeira e aparelho de ar condicionado. A Ence classifica os artigos de A a E, em termos de eficiência energética. Esse dado é importante no momento em que o país busca consumo menor de energia, inclusive em carros.
A pesquisa destaca que em relação à segurança, 65,1% dos entrevistados disseram dar preferência a produtos que trazem o selo de identificação da conformidade do Inmetro. Segundo o instituto, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, houve expansão de 13,4% nesse item, em comparação à pesquisa efetuada em 2014. A meta, reforçou Ghelman, é incentivar a produção de carros e eletrodomésticos mais eficientes, bem como levar o consumidor a adquirir produtos mais eficientes. “Quanto mais a população entende a atividade do Inmetro, mais é sensível à compra de produtos com certificação compulsória de segurança, como brinquedos, e a não adquirir em camelô, mas no comércio formal”, acredita. A pesquisa permite ao Inmetro aperfeiçoar seus regulamentos e processos e a atuar melhor em determinadas regiões do país e em parcelas específicas da população. Do total entrevistado, 86,9% disseram confiar no Inmetro, e 61,4% preferem produtos com o selo do órgão, mesmo que tenham que pagar mais por isso.

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