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Contra o câncer, visita ao dermatologista deve ser anual

Alguns minutos são suficientes, mas os resultados podem salvar vidas e identificar se uma mancha e/ou sinal podem ser um melanoma, o tipo mais perigoso de câncer de pele

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28/09/2014 às 11:12 • Atualizada em 01/09/2022 às 19:55 - há XX semanas
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Em 2012, Neide Andrade foi a uma consulta de rotina e, durante o procedimento, a médica que a atendeu se deu ao trabalho de fazer uma revista minuciosa na pele, usando um pequeno aparelho de dermatoscopia. “Num dado momento, ele pediu para ver meus pés e isso salvou minha vida”, conta. Neide possuía uma mancha no calcanhar que nunca tinha dado a devida atenção. Imediatamente, foi realizada uma biópsia no local e as suspeitas foram confirmadas: melanoma, um dos tipos de câncer de pele mais agressivos que existe. Desde então, Neide esteve em tratamento para vencer a doença.
A dermatoscopia também salvou Sanlia Amaral. Ela notou uma espinha que sangrava, no dorso do nariz . Preocupada, procurou um dermatologista que a indicou para uma colega especializada nesse diagnóstico que avalia em profundidade e de modo ampliado os sinais do corpo e da pele. Sanlia tinha um melanoma maligno, raro e agressivo. Imediatamente, foi submetida à cirurgia que retirou o tumor que estava muito próximo da corrente sanguínea.
Hoje, ela está curada, faz revisão a cada trimestre. “Acho que quanto mais se teme, menores são as chances de enfrentar”, diz ela, lembrando que atitude, rapidez e otimismo fazem a diferença. Neide está retornando às atividades profissionais. Em ambos os casos, visitas rotineiras seguidas de um exame acurado foram capazes de evitar as complicações provenientes das alterações na pele, por vezes imperceptíveis.
Imagens
De acordo com a dermatologista e especialista nesse tipo de diagnóstico capaz de analisar em profundidade os sinais, Juliana Chieppe, o dermatoscópio é um aparelho digital portátil, simples de usar e que oferece um aumento fixo de 10 vezes na imagem. Ela lembra, no entanto, que tão importante quanto o uso do aparelho é o critério na consulta e a perícia de quem está por trás do aparato tecnológico. “As pessoas precisam saber que a visita ao dermatologista deve ser feita anualmente como são feitos os exames de checkup ou o preventivo ginecológico, no caso específico das mulheres”, comenta a médica.
A especialista explica que o exame, chamado de dermatoscopia, não é invasivo e possibilita a visualização de estruturas na profundidade da pele, não visíveis ao olho nu, possibilitando que as pintas sejam melhor avaliadas e que os tipos de câncer de pele possam ser efetivamente prevenidos e tratados.
“Na verdade, a dermatoscopia é uma microscopia de superfície, que diferencia as pintas benignas das lesões de risco”, pontua, lembrando que isso é possível graças aos filtros polarizados do aparelho, que reduzem a refração da luz. “Quando a refração da luz que incide sobre a pele é diminuída a níveis mínimos, a epiderme (camada superior da pele) se torna translúcida, permitindo assim o diagnóstico do especialista”, diz Juliana. A partir dessa visualização, o médico pode identificar possíveis tumores malignos, evitando a retirada desnecessária de uma lesão benigna.
Os sinais ou pintas que aparecem na pele possuem uma origem genética, mas para que essas marcas se modifiquem e se transformem num câncer é preciso que haja exposição aos raios solares, que possuem efeito cumulativo ao longo de toda a vida.
Aqueles pretos (sobrelevados ou não) precisam ser bem avaliados, pois se atingirem estado cancerígeno são do tipo melanoma, que é o tipo agressivo e fatal. Segundo Juliana Chieppe, 70% dos melanomas são do tipo extensivo superficial, que é mais comum nas áreas do corpo com muita exposição ao sol, e 30% provêm de pintas já existentes. “É preciso estar sempre atento e visitar o dermatologista pelo menos uma vez por ano”, reforça. Vale salientar que a pele é o órgão mais acometido pelo câncer no Brasil e no mundo, correspondendo a 25% de todos os tumores malignos registrados no país. O melanoma representa apenas 4% deste tipo de câncer, mas é considerado o mais grave devido ao alto índice de metástase.
Sinais
Segundo o Instituto Nacional do Câncer(Inca), o acompanhamento das pintas considera
cinco aspectos principais na hora da avaliação, conhecido como Regra ABCDE das pintas. São eles: assimetria, bordas irregulares, cores múltiplas, diâmetro maior que 6 mm e evolução. Sinais que coçam e que sangram regularmente são um sintoma perigoso e devem ser avaliados o quanto antes. Já aqueles que crescem para os lados possuem grande risco, já que uma das características do melanoma é aumentar o diâmetro da pinta.
Pessoas muito claras, como os ruivos ou loiros de olhos claros, pessoas com sardas desde a infância, antecedente familiar de melanoma, com histórico de queimaduras de sol na infância e com muitas pintas são propensas a desenvolver melanoma. “Essas pessoas são consideradas grupo de risco e fazer o acompanhamento e o mapeamento por meio da dermatoscopia digital é de extrema importância”, avalia a dermatologista.
Grávidas também devem ficar atentas. Por causa da gravidez, tendem a se pigmentar mais, adquirindo pintas escuras. Elas também podem se beneficiar com este exame.
É importante lembrar que a dermatoscopia digitalizada, que imprime as imagens dos sinais, costuma não ser coberta pelos planos de saúde e ter valores médios de R$ 1 mil. Já a dermatoscopia tradicional é feita no contexto das consultas e é coberta pelos planos de saúde.Matéria original: Correio 24h Contra o câncer, visita ao dermatologista deve ser anual

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