O tenente-coronel da Polícia Militar Henrique Motta, responsável pela operação da corporação que acabou em violência no protesto contra o governo Temer deste domingo, expressou polêmicas opiniões a respeito dos manifestantes em sua conta na rede social Facebook.
No último dia 2, Motta publicou duas postagens da manifestante Deborah Fabri, de 19 anos, que teve o olho esquerdo perfurado por estilhaços de uma bomba de efeito moral lançada pela PM durante um ato no último dia 31, e que poderá ficar cega em decorrência do ferimento. Com os dizeres “quem planta rabanete, colhe rabanete”, ele reproduziu a primeira postagem da jovem que se dizia favorável a atos de destruição em protestos políticos e a segunda em que ela informa ter perdido a visão e que estava deixando o hospital.
Diante da repercussão negativa da postagem, Motta publicou um comentário em que tenta explicar o que quis dizer e insulta seus críticos. “Para os idiotas ideológicos que entendem diferente; não desejo o mal a ninguém é um exemplo claro de que nossos atos tem retornos.”
Esse não é o único exemplo de posicionamento político e ideológico de Motta em seu perfil. Ainda no dia 2 de setembro, ele publicou um texto do colunista da Folha de S.Paulo Reinaldo Azevedo cujo título é “Dilma é culpada por olho perfurado de militante”. Pouco antes, afirma em outra postagem que “o feminismo é apenas um movimento pró-governo” e que serve à perseguição “seletiva contra inimigos do PT” e, ironicamente, questiona: “Quando Temer assumir é presidento ou volta a valer o português correto?”, em referência ao termo “presidenta”, adotado pela ex-mandatária Dilma Rousseff (PT).
Nem só de polêmicas, no entanto, Motta alimenta seu perfil pessoal. Ele expressa a preferência por gatos de estimação, adora comida japonesa e chega a mandar indiretas na rede ao publicar o post “10 motivos para namorar um homem de 50 anos”.
Questionada sobre a conduta do tenente-coronel, a corporação informou que “a Polícia Militar respeita a liberdade de expressão e o direito de opinião, desde que não configure crime. Isso vale também para os seus integrantes. No caso do Tenente Coronel Motta, não há indícios de que as suas opiniões tenham em algum momento interferido em seu trabalho técnico, que tem se mostrado isento e imparcial. O fato de ter e de expressar uma opinião política não implica em ações parciais, tanto é que inúmeros jornalistas, por exemplo, manifestam nas redes sociais posicionamentos políticos, mas não deixam de exercer suas funções nos respectivos veículos de comunicação.”
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Redação iBahia
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