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“Dilma não devia ter concorrido à reeleição”, diz senador

Senador descreveu um ambiente de tensão no Senado Federal, por conta da instabilidade política pela qual o país passa

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07/12/2015 às 11:24 • Atualizada em 29/08/2022 às 7:04 - há XX semanas
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Em entrevista ao Conexão CBN desta segunda-feira (07), o senador Paulo Paim (PT-RS) descreveu um ambiente de tensão no Senado Federal, por conta da instabilidade política pela qual o país passa, tanto no âmbito do poder executivo, quanto no legislativo. “O clima é de ‘quem está traindo quem’, principalmente nessa questão do impeachment”, desabafou o parlamentar, que apesar da insatisfação com as decisões da legenda, não apoia o impedimento da presidente Dilma Rousseff. “Eu votarei contra o impeachment com toda a convicção”, assegurou.
Ao lado do colega Walter Pinheiro, Paulo Paim somou os dois únicos votos de uma bancada de treze do partido dos trabalhadores em favor da manutenção da prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), detido por ordem do STF, acusado de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. “É como se um filho teu que comete um delito grave e você tem de responder por isso. Foi assim que nós nos sentimos no momento daquele voto, mas o fizemos com muita responsabilidade”, afirmou.
Provocado a avaliar o quadro em torno da presidente Dilma Rousseff, Paim apresentou uma análise severa. “Dilma não devia ter concorrido à reeleição. Ela teria cumprido seu papel na História e estaríamos num outro ciclo. Durante a campanha, falávamos que estava tudo bem, que os programas iriam continuar, mas logo após a eleição aconteceu o que aconteceu e para mim ficou uma situação desconfortável”, criticou, reiterando sua posição contrária a reeleição para cargos executivos. “Sou a favor de cinco anos de mandato para todo mundo, inclusive para senador”, afirmou.
A insatisfação do senador com os rumos do partido dos trabalhadores sinaliza sua saída da legenda, como o próprio parlamentar afirmou publicamente em setembro último, caso não houvesse mudanças positivas na sigla. “A minha tomada de decisão começa em dezembro de 2014, logo após processo eleitoral, quando vieram aquelas MPs [medidas provisórias] que mexiam na vida dos aposentados, pescadores, viúvas, no seguro desemprego e eu comecei uma série de questionamentos. Algumas pessoas da base disseram ‘se você pensa assim, sai’ e eu disse que saio, mas mantenho o meu posicionamento em favor do trabalhador”, afirmou.
Autor dos estatutos do idoso, da pessoa com deficiência e da igualdade racial, Paulo Paim afirmou à bancada do Conexão CBN que tem conversado muito com o senador Pedro Simon, ex-senador pelo PMDB – entrevistado pelo programa no último dia 23 -, sobre a possibilidade de ingressar no partido do amigo, com quem tem reunião agendada para tratar sobre o tema. “Para onde eu for, levarei o meu maior patrimônio, que são as causas dos deficientes, idosos, juventude, a luta das mulheres e o combate aos preconceitos”, garantiu.
O Conexão CBN vai ao ar das 8h às 9h, com apresentação de Emmerson José, Clécio Max (Fala Bahia), Osvaldo Lyra (Tribuna da Bahia), Sergio Costa (Correio*), Raul Monteiro (Política Livre) e o economista Fernando Cabus. Clique aqui para escutar o programa na integra!

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