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Eike Batista tem cabeça raspada e é transferido para presídio

Eike passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), antes de ser encaminhado

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Redação iBahia

30/01/2017 às 13:00 • Atualizada em 31/08/2022 às 22:42 - há XX semanas
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O empresário Eike Batista deixou o presídio Ary Franco, em Água Santa, por volta das 13h35m desta segunda-feira e foi levado para a Penitenciária Bandeira Stamba, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. A unidade recebe presos do regime fechado, em sua maioria policiais cumprindo pena por envolvimento com milícias. De acordo com dados coletados em dezembro, a unidade também opera acima da capacidade: na ocasião, tinha 657 presos para 547 vagas. Segundo agentes da Seap, as celas são para seis detentos.
Preso por policiais federais ainda no Aeroporto Internacional Tom Jobim, logo após chegar em um voo de Nova York, pouco antes de 10h, Eike passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), antes de ser encaminhado ao Ary Franco, por volta de 11h15m. No presídio, ele teve a cabeça raspada e vestiu o uniforme de interno.
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do governo do Rio, confirma que Eike já passou pelos procedimentos iniciais para qualquer interno, como o corte de cabelo e o uniforme, mas não deu detalhes sobre a cela que caberá ao empresário.
O empresário estava em Nova York quando se tornou alvo de mandado de prisão preventiva da Operação Eficiência, deflagrada na última quinta-feira. Seu retorno ao Brasil foi negociado com a Polícia Federal. Ele embarcou na cidade americana ontem às 21h45m (0h45m no horário de Brasília). No aeroporto JFK, o empresário afirmou ao GLOBO que volta ao Brasil para responder à Justiça e negou que já tenha negociado uma delação premiada. Na mesma entrevista, ele disse que "tem que mostrar o que é" e que precisa passar "as coisas a limpo".
Eike responde pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Como não tem diploma de curso superior, ele não terá direito a cela especial. Porta de entrada para o sistema carcerário do Rio, com capacidade para 968 presos, o Ary Franco está superlotado: tem, hoje, 2.129 detentos.
Investigadores à frente do caso no Rio confirmaram, ontem, que esperavam que o empresário se apresentasse nesta segunda-feira às autoridades. Eike teve seu pedido de prisão preventiva expedido na quinta-feira em decorrência das apurações da Operação Eficiência, desdobramento da Lava-Jato. Ele é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, por, segundo o Ministério Público Federal (MPF), ter pago US$ 16,5 milhões em propinas no exterior ao ex-governador Sérgio Cabral.
Considerado foragido após não ter sido encontrado em sua casa na última quinta-feira, Eike assumiu, junto a autoridades brasileiras, o compromisso de voltar ao Rio. A PF decidira que, se o empresário não cumprisse o acordo, pediria imediatamente a prisão dele nos Estados Unidos. Caso fosse necessário, o pedido seria feito por intermédio do Departamento de Recuperação de Ativos Financeiros (DRCI), órgão do Ministério da Justiça.
A demora das autoridades brasileiras em conseguir que Eike fosse preso em Nova York, uma das cidades mais conhecidas pelo alcance de seu policiamento, não foi gratuita. Na verdade, em nenhum momento, os investigadores ou o governo brasileiro pediram que o empresário fosse de fato preso pela polícia americana.
Ao contrário de alguns países que iniciam buscas tão logo o nome do procurado seja incluído na lista da Interpol, os Estados Unidos exigem que a agência internacional ou o governo do país interessado na prisão faça um pedido específico ao ministério público local, e um juiz precisa deferir a solicitação. A Polícia Federal, deliberadamente, não deu este passo. O objetivo era conseguir que Eike se entregasse de forma negociada, o que vai ocorrer hoje.

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