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Zelador foi visto pela última vez entregando cartas |
O publicitário Eduardo Tadeu Pinto Martins, 47 anos, que confessou ter matado e esquartejado o zelador Jezi Lopes de Souza, 63, disse à polícia que sua esposa, também presa como suspeita pelo crime, é inocente. Eduardo confessou o assassinato, mas afirmou que a morte de Jezi foi "acidental". Ele fez a confissão em vídeo que foi divulgado pela Globo News.As imagens foram feitas logo depois da prisão do suspeito, em uma casa de Praia Grande, no litoral paulista, onde foi achado o corpo do zelador. Eduardo está calmo todo o tempo. Ele conta que brigou com o zelador e depois da discussão os dois partiram para uma briga, com troca de socos."Ele bateu a quina no batente da porta mesmo, bateu e já caiu nós dois para dentro do apartamento. Quando ele caiu, eu fechei a porta. Aí fui lá, olhei os sinais vitais dele, se já estava morto", explica. Nesse momento, Eduardo diz que se desesperou. "Peguei, sai na porta, olhei, olhei. Me desesperei, fui, peguei a mala. Enrolei ele dentro de um cobertor, coloquei dentro da mala. Fiquei sem saber o que fazer. Coloquei inteiro dentro da mala. Não sabia o que fazer", relata.O publicitário diz que colocou o corpo inteiro do zelador dentro da mala. No domingo, ele diz que chamou a mulher, a advogada Ieda Cristina Martins, 42 anos, para sair, mas disse que ela não sabia de nada. Nesse momento foi que ele conta que resolveu "cortar" o corpo do zelador. "Ela ia chegar, a gente ia fazer o trabalho de escola do meu menino. No domingo, nós saímos e eu falei para ela: 'Ó, preciso resolver um problemas'. E ai eu vim para cá (Praia Grande). Aí foi quando eu preparei tudo (...) Foi quando eu decidi cortar ele".Ele diz que a mulher não o acompanhou até a cidade do litoral. "Voltei sozinho. Depois voltei (para São Paulo), encontrei com ela, nós fomos jantar. No sábado teve o pessoal da polícia vistoriando lá", relembra.O publicitário diz que no primeiro momento em que foi procurado pela polícia, disse que nada tinha acontecido. "(Falei) que tinha as minhas brigas com ele, mas que não tinha acontecido nada", diz.Eduardo foi preso em flagrante na segunda-feira (2) quando tentava queimar partes do corpo do zelador. A polícia ainda investiga a participação da esposa dele no crime - ela é vista em imagens de segurança ajudando o publicitário a colocar uma mala e sacos no carro. Ambos tiveram a prisão preventiva decreta, mas Ieda ainda não foi indiciada. Ela pode responder por ocultação de cadáver.
CrimeO corpo do zelador foi encontrado esquartejado em uma casa no bairro Balneário Maracanã em Praia Grande. No mesmo local, o publicitário foi preso com a mulher.O zelador Jezi foi visto pela última vez na sexta à tarde deixando o elevador do edifício em que trabalhava, no bairro Casa Verde. Imagens das câmeras de segurança do condomínio mostram quando ele sai do elevador em um dos andares para entregar cartas a moradores. Depois, ele não é mais visto retornando ao elevador.Outras 15 câmeras também não registraram o zelador passando pelas escadas - todas funcionam 24h por dia. As três câmeras da frente do edifício também não mostram o saindo. O prédio tem 22 andares.O delegado Egídio Cobo classificou o publicitário de "maquiavélico" e falou sobre as desavenças que motivaram o crime. "Coisas banais, coisas de condomínio. Nem todos os condôminos aceitam a maneira de administrar", disse o delegado, que é titular do 13º Distrito Policial de São Paulo. "Ele nunca esperava que a polícia fosse agir tão rápido", acrescenta. A filha de Jezi, Sheyla Viana de Souza, 27 anos, contou à polícia que um dos moradores tinha "problemas de relacionamento" com seu pai. Ela disse também que um morador contou a ela que ouviu gritos de discussão e pedidos "para parar" vindo de um apartamento próximo. Pelo olho mágico, esse morador avistou o publicitário fechando a porta.Esse episódio narrado pela testemunha é compatível com o horário em que o zelador foi visto pela última vez saindo do elevador. Policiais militares e outros funcionários do prédio procuraram por todo o edifício e não acharam Jezi.
Matéria original Correio 24hEm vídeo, publicitário inocenta mulher e diz que morte de zelador foi acidental