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Especialistas recomendam prudência na aquisição da casa própria

Nesta segunda-feira (19), entram em vigora as novas taxas de juros para o financiamento imobiliário da Caixa Econômica Federal

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19/01/2015 às 12:03 • Atualizada em 28/08/2022 às 9:56 - há XX semanas
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O trabalhador que pensa em adquirir a casa própria neste momento deve rever sua intenção, adotar uma postura de cautela e aguardar um pouco mais antes de assinar um contrato de financiamento. A dica é do presidente do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), Geraldo Tardin. Nesta segunda-feira (19), entram em vigora as novas taxas de juros para o financiamento imobiliário da Caixa Econômica Federal (CEF) tanto para o Sistema Financeiro da Habitação (SFH), quanto para o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) e o impacto para o mutuário será de até 14,3% nas prestações.
“Se ele está pesquisando para comprar, o conselho é que, nos próximos dois anos, reveja essa opção. É um período de inflação [mais elevada] e o contrato, além dos juros, é corrigido pela TR (Taxa Referencial). Com a previsão de inflação neste ano e no início do próximo, vai subir muito os contratos”, disse Tardin. Com os contratos pesando mais no bolso do trabalhador, avalia, um outro problema é o risco do comprador ter que devolver o imóvel uma vez que terá dificuldade de pagar as prestações. “Se ele já está devendo e contrair está nova dívida terá dificuldade de pagar também as prestações da casa própria. O representante do Ibedec aconselha que no caso da pessoa que já escolheu o imóvel, por exemplo, não comprometa mais de 20% da renda. “A lei permite 30%, mas se ele comprometer 20% terá condições de passar por esse momento de forma mais tranquila. Ele pode, também, dar uma entrada maior fazendo uma poupança antes ou comprar um imóvel de menor valor, desde que a prestação se encaixe em 20% do orçamento”, destacou Tardin. Aqueles que pouparem para dar uma entrada maior podem ser beneficiados pela alta de estoque de imóveis, uma vez que a elevação dos juros pode reduzir a procura. Segundo Geraldo Tardin a queda na procura poder criar um cenário com boas ofertas para os interessados. A Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) avalia que os financiamentos mais caros serão os mais afetados pelas novas taxas para os novos contratos. As novas taxas para os financiamentos habitacionais foram anunciadas pela CEF no dia 15. Nos financiamentos do SFH, os juros variavam entre 8% 9,15% ao ano, ficarão entre 8,5% e 9,15% ao ano. Nas operações do SFI, as taxas passarão de 8,8% a 9,2% ao ano para 10,2% a 11% ao ano. O banco justificou o reajuste com base no aumento da taxa Selic (juros básicos da economia), que passaram de 10% para 11,75% ao ano, em 2014. Marcelo Augusto Luz, presidente da Associação Nacional dos Mutuários (ANM), diz que avalia a elevação dos juros da casa própria com preocupação. Ele pondera que mesmo as taxas anteriores já eram consideradas altas. Marcelo Luz lembra que os compradores de imóvel na planta que adquiriram das construtoras, para fazer uso do financiamento bancário, principalmente o da CEF, também prejudicados. “Já alterou o plano de compra do imóvel porque a partir do momento que for fechar o financiamento encontrará taxa a maior. [Esses compradores] vão ter dificuldades nas primeiras prestações e no aumento da dívida porque o saldo devedor acaba sendo alterado também para mais”. Marcelo Luz disse que um imóvel que custa R$ 250 mil, considerado por ele habitação de médio valor, terá a primeira prestação de R$ 2,5 mil, pelo Sistema de Amortização Crescente (Sacre) utilizado pela Caixa. O presidente da ANM disse que é difícil encontrar imóveis abaixo de R$ 190 mil e os que estão cotados acima desse valor serão afetados pelos juros maiores. “A maioria dos imóveis que são construídos no Brasil tem um valor entre R$ 250 mil e R$ 800 mil. A orientação é financiar o menos possível. Se o mutuário for ao banco para fazer a captação de 80% a 90% provavelmente terá dificuldades, com a queda da renda, ao longo dos anos. Tudo pode acontecer, já que existem contratos com prazos acima de 400 meses”, destaca.

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