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Ex-diretor da Petrobras deve falar à CPMI em reunião fechada

Parlamentares querem propiciar a Costa a oportunidade de contar à CPMI tudo o que disse ao Ministério Público

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16/09/2014 às 23:10 • Atualizada em 01/09/2022 às 17:39 - há XX semanas
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Ex-diretor (Foto: Valter Campanato/ABr)
Os deputados e senadores que compõem a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras trabalham com a possibilidade de que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa preste depoimento na quarta-feira (17) em sessão fechada. Os parlamentares querem propiciar a Costa a oportunidade de contar à CPMI tudo o que disse ao Ministério Público no acordo de delação premiada que fez com a Justiça. Se a reunião for aberta e o ex-diretor da Petrobras decidir contar o que sabe sobre os desvios de recursos da companhia, ele pode perder os benefícios da delação, que corre em segredo de Justiça. "Como ele já prestou informações na delação premiada e, ao que me consta, a delação corre em sigilo de Justiça, queremos dar a oportunidade de ele falar na reunião, que deverá ser fechada”, disse hoje o relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS). Ainda de acordo com o relator, os assessores da CPMI estão trabalhando no cruzamento dos dados que já estão em posse dos parlamentares para formular as perguntas que serão feitas a Costa. Segundo Marco Maia, a estimativa, até o momento, é que R$ 70 milhões tenham circulado pelas contas do ex-diretor da Petrobras. A maior parte do dinheiro ficou com ele, não sendo repassada a terceiros, o que leva a desacreditar, na opinião do relator, que as pessoas acusadas por ele de fato tenham sido beneficiadas pelo esquema. “Se analisarmos os dados que estão de posse da CPI, hoje nós podemos afirmar que boa parte dos recursos que circularam pela conta de Paulo Roberto Costa ficou sob seu poder. Grande parte foi desviada para o exterior e permanece sob seu poder”, disse o deputado. A ideia de fazer uma sessão fechada para incentivar o ex-diretor da Petrobras a detalhar essas transações à CPMI também foi defendida pela oposição. O líder do DEM na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PB), disse que a estratégia nem precisa ser votada pelo plenário da CPMI e pode ser tomada de ofício pelo presidente da comissão. “Não podemos criar justificativa para o Paulo Roberto de que não vai falar porque ele poderia ser prejudicado, tendo em vista o processo da delação premiada”, explicou Mendonça. O presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), no entanto, já avisou que a sessão começará aberta. De acordo com o senador, se for requisitado por algum parlamentar ou pelo próprio depoente que a sessão ocorra somente com a presença dos membros da comissão, ele colocará a proposta em votação. Vital admite, entretanto, que Paulo Roberto Costa terá o direito de permanecer calado em qualquer das duas situações. “É um direito que assiste a ele. Nós vamos tentar ao máximo que ele colabore. Nós, inclusive, estaremos com todas as condições necessárias para que ele possa colaborar com a CPMI como está fazendo com a Justiça”, disse o senador, que levantou outras possibilidades, como a de que o ex-diretor aceite falar de detalhes que não prejudiquem seus benefícios na delação premiada. Vital do Rêgo anunciou ainda que irá solicitar a prorrogação dos trabalhos por mais um mês, tendo em vista que as apurações foram atrasadas por causa do calendário eleitoral.

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