A família do estudante Bruno Borges, de 24 anos, desaparecido no último dia 27 de março em Rio Branco, no Acre, começou a traduzir, neste sábado, os 14 livros criptografados por ele em seu quarto. A irmã de Bruno, Gabriela Borges, é a encarregada de decifrar os textos. A família não divulgou qual ferramenta utilizará para decodificar os escritos.
"São 14 livros que nosso filho deixou. Queremos saber o que eles dizem", disse. Segundo a mãe do estudante de psicologia, Denise Borges, os familiares estão empenhados em entender o que o rapaz escreveu.
Ainda de acordo com Denise, a família está tentando evitar o assédio de jornalistas, afirmando que precisa de "cuidar da vida". Além disso, ela afirmou que a família decidiu restringir completamente o acesso de estranhos à casa, especialmente ao quarto de Bruno.
A rua onde a família mora, uma via curta e sem saída no bairro do Aviário, tem sido mais frequentada depois que o estudante deixou de dar notícias. De acordo com Denise, não é raro encontrar pessoas fazendo vigília no local.
A Polícia segue fazendo buscas pelo paradeiro de Bruno. O delegado do caso, Josemar Portes, segue acreditando que o sumiço do estudante seja voluntário, sem relação com algum tipo de violência.
Entenda o caso
Bruno Borges desapareceu deixando em seu quarto 14 livros escritos a mão e criptografados, além de uma estátua do teólogo italiano Giordano Bruno (1548-1600), avaliada em R$ 7 mil.
Segundo os familiares, o estudante vinha trabalhando há anos no projeto e toda a estrutura deixada no quarto foi construída em 20 dias. Os pais de Bruno estavam viajando e os irmãos não desconfiaram de nada. De acordo com o delegado geral do estado, Carlos Flávio Portela, o jovem deixou a casa levando com ele um celular, um HD e algumas peças de roupas. O celular não está sendo utilizado.
O delegado afirma que dois amigos de Bruno revelaram que ele já havia manifestado a intenção de se isolar durante algum tempo, mas sem revelar onde. Além disso, algumas das mensagens deixadas por ele, que a polícia está tentando decifrar, demonstrariam a mesma intenção.
Desde que o caso ganhou repercussão, internautas estão se esforçando para decifrar os códigos deixados por Bruno. A nova teoria sobre os escritos chama atenção para a semelhança com "O Manual do Escoteiro Mirim", história infantil com aventuras de Huguinho, Zezinho e Luisinho, sobrinhos do Pato Donald.
O livro saiu das páginas dos quadrinhos para livrarias e bancas de jornal durante os anos 1970. No ano seguinte, a primeira edição trazia curiosidades como o alfabeto em código morse e como se orientar usando a posição do sol. O leitor conhece o "código marciano", por meio do qual pode criar mensagens secretas para conversar com os amigos.
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Redação iBahia
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