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Fraturas em decorrência da osteoporose devem crescer 32% até 2050

Segundo a pesquisa, o crescimento está relacionado ao envelhecimento da população

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24/05/2012 às 20:51 • Atualizada em 27/08/2022 às 22:17 - há XX semanas
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O número de fraturas no quadril em decorrência da osteoporose, doença que enfraquece os ossos, deve crescer 32% até 2050 no Brasil, segundo estudo divulgado nesta quinta-feira (24) pela Internacional Osteoporosis Foundation (IOF). Segundo a pesquisa, o crescimento está relacionado ao envelhecimento da população. No país, o número de pessoas com mais de 70 anos aumentará 380% até 2050 e representará 14% da população brasileira. Atualmente, a osteoporose atinge três milhões de pessoas no Brasil. A incidência entre as mulheres é maior, chegando a atingir uma em cada três mulheres com mais de 50 anos. O estudo aponta, no entanto, que a maioria sequer possui um diagnóstico da doença. “As projeções de crescimento da osteoporose servem de alerta para as autoridades de saúde”, disse o médico José Zanchetta, especialista em osteologia e um dos autores do estudo. Vera Matilde de Almeida, de 83 anos, que participou da divulgação do estudo, disse que há cinco anos descobriu que tinha a doença. “Achatei uma vértebra quando fazia atividade física. Doeu muito”, lembra. Ela já tinha sofrido cinco fraturas em diferentes partes do corpo, mas o diagnóstico de osteoporose só veio tardiamente. “Tive que passar por cinco médicos para ter uma orientação definitiva”, disse. Com o tratamento, Vera tem uma vida normal, mas não pode descuidar dos cuidados com os ossos. O estudo Osteoporose na América Latina: Epidemiologia, Custos e Relevância reuniu dados de 14 países: Brasil, Chile, Argentina, México, Uruguai, Peru, Venezuela, Cuba, Costa Rica, Colômbia, Bolívia, Nicarágua, Panamá e Guatemala. Assim como o Brasil, daqui a três décadas, a maioria desses países terá pelo menos o dobro da sua população com mais de 70 anos. As fraturas são o componente de maior risco da doença, especialmente as de quadril. “20% das mulheres que tem esse tipo de fratura morrem até um ano depois da queda em decorrência de complicações”, alertou o médico reumatologista Cristiano Zerbini, um dos brasileiros a participar do estudo. Segundo o médico, o fator psicológico também afeta os pacientes, pois eles perdem grande parte de sua autonomia. Pelo menos 55% das pessoas precisa de ajuda para tomar banho e 68% terá incontinência fecal e urinária. Apoio à pesquisa, campanhas de prevenção, aumento da capacidade de formação dos médicos e formulação de políticas nacionais de saúde são algumas das recomendações apontadas pela pesquisa para possibilitar um menor impacto da doença daqui a 30 anos. Segundo Zerbini, essas ações vão possibilitar uma melhor qualidade de vida para quase 40% da população, considerando que esse será o percentual de pessoas com mais de 50 anos em 2050. De acordo com o médico brasileiro, todos perdem massa óssea com a idade. Ele explica que a perda normal é de 0,5% por ano a partir dos 45 anos. “Uma perda equivalente a 25% do esqueleto leva ao paciente a ter grande possibilidade de fratura. Em termos quantitativos, é isso que chamamos de osteoporose”, explicou. Segundo o IOF, o fator genético é responsável por 80% da formação óssea de uma pessoa. O restante depende de cada um e pode ser feito através da aquisição de cálcio e a prática de atividades físicas. “O leite e derivados são as formas mais eficazes de adquirir cálcio”, disse Zerbini. Segundo o médico, para possibilitar a absorção do cálcio, é necessário um mínimo de exposição de 15 minutos ao sol durante três vezes por semana. “O Brasil, mesmo sendo uma região ensolarada, tem uma deficiência de vitamina D [que é responsável por promover essa absorção] maior do que o Canadá e a Escandinávia”, disse o reumatologista.

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