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Hamburgueria é criticada por batizar sanduíche de 'Maria da Penha

Com 'repolho roxo' como principal ingrediente, nome foi mal recebido em redes sociais e estabelecimento pediu desculpas

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Redação iBahia

27/11/2018 às 13:30 • Atualizada em 28/08/2022 às 20:03 - há XX semanas
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Uma hamburgueria situada na cidade de Salto (SP), foi centro de uma polêmica nas redes sociais, na segunda-feira, após ter batizado um de seus pratos com o nome "Maria da Penha", em alusão à lei de combate à violência contra a mulher, no que foi interpretado como uma piada de mau gosto pelos usuários.

No cardápio do estabelecimento, um dos hambúrgueres tinha, além do nome em referência à lei, a descrição dos ingredientes, que destacava a presença de repolho roxo grafado como "repOLHO ROXO" — com destaque de cor roxa nas letras maiúsculas.

Foto: Reprodução

Com fotos do cardápio, postagens começaram a ser feitas no Facebook e Twitter contra a atitude do estabelecimento, ressaltando os dados sobre violência contra a mulher no Brasil, além da história pessoal de Maria da Penha, cearense que inspirou a lei adotada em 2006. Penha foi vítima de duas tentativas de feminicídio e chegou a ficar paraplégica após agressões constantes do ex-marido.

Em um dos textos críticos ao restaurante, uma usuária ressaltava: "Os homens continuam não entendendo nada sobre respeito, e continuam satirizando a luta de milhares de mulheres diariamente para se manter vivas". Outro deles dizia: "Uma hamburgueria em São Paulo decidiu que era razoável nomear um dos hambúrgueres como Maria da Penha, porque um dos ingredientes era 'repolho roxo'. Depois da repercussão, o dono do estabelecimento chegou a dizer que era uma homenagem, e trocou o nome do hambúrguer para 'Censurado'."

O nome do prato de fato foi alterado duas vezes após o início da polêmica. Na primeira mudança, o sanduíche recebeu o nome de "Censurado". Ainda sob críticas, o hambúrguer foi rebatizado novamente, desta vez para "Um lanche com repolho". Ainda sem um posicionamento oficial do estabelecimento, usuários continuavam a criticar a postura do restaurante, que estaria insistindo na piada, sem se retratar. Em uma postagem no seu perfil pessoal, o proprietário cobrou mais respeito dos usuários pelos comentários feitos, antes da hamburgueria divulgar uma nota oficial sobre o caso.

"(a humburgueria) gostaria de se retratar à todas as pessoas que se sentiram ofendidas em relação ao nome dado a um dos burgers presentes no cardápio, o Maria da Penha. Entendemos nosso equívoco em relação à escolha do nome e pedimos nossas mais sinceras desculpas pelo ocorrido. Em momento algum desejamos ser desrespeitosos com qualquer mulher, sendo ou não frequentadora do nosso espaço", dizia a nota, destacando que o restaurante "não compactua com qualquer tipo de violência" e que o cardápio foi alterado. Mesmo após o comunicado, ainda na manhã desta terça-feira era possível encontrar críticas na página oficial da hamburgueria no Facebook.

De acordo com dados divulgados pelo Ministério dos Direitos Humanos em agosto, a Central de Atendimento à Mulher — alcançada a partir do telefone de 180 — registrou 27 feminicídios, 51 homicídios, 547 tentativas de feminicídios e 118 tentativas de homicídios. Além disso, foram registrados quase 80 mil relatos de violência contra a mulher pelo mesmo serviço, no mesmo período.

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