Um homem foi preso pela suspeita de ter espancado a própria filha de três meses. A criança está desde a noite da última segunda-feira (27) internada no Hospital municipal Salgado Filho, no Rio de Janeiro. De acordo com a Polícia Civil, a menina apresentou um quadro de traumatismo craniano, além de outras lesões "compatíveis com características de agressões domésticas". O caso foi registrado na delegacia que investiga o caso. Já o pai da criança teve a prisão cautelar decretada pela Justiça.
Segundo os agentes, o avô paterno da menina procurou os policiais depois que soube do que ocorrera com a neta — ele já desconfiava do pai dela. Na ocasião, relatou aos policiais que, ao chegar na casa onde vivia a criança, a mãe da menina estava desesperada, com o bebê desfalecido em seu colo. Ele, então, acompanhou o casal até o hospital para o socorro da vítima.
Aos agentes, a mãe do bebê contou que deixara a criança com o marido no momento em que foi tomar banho e que, ao retornar, o bebê estava "todo mole". Questionou o companheiro sobre o que havia acontecido; mas ele alegou que nada tinha acontecido. A mulher, no entanto, ressaltou para os policiais que ele não "tinha paciência com a criança" e que já havia ocorrido outro episódio de agressões.
O pai da menina, por sua vez, apresentou aos policiais versões com contradições e inclusive tentou atribuir a culpa das as lesões na criança à mulher. Em outro momento, após tomar ciência de sua prisão em flagrante, afirmou que dormiu e a criança teria deitado sobre seu peito. A menina, ele argumentou para os agentes, teria caído da cama o que explicaria o traumatismo craniano.
Ainda segundo a Polícia Civil, a médica responsável pela documentação hospitalar constatou que o quadro clínico da vítima não era compatível com a versão apresentada e que a equipe de pediatras concordaram que "se tratava de um caso suspeito de maus tratos".
Além disso, o médico que prestou os primeiros socorros à menina afirmou que, além da hemorragia e dos hematomas, um exame de Raio-X demonstrou haver traços de uma fratura na perna esquerda do bebê, já com sinais de calcificação, ou seja, é anterior às tratadas pelo médico naquela noite.
Sobre esta lesão anterior, a mãe disse aos policiais que só tomou conhecimento depois que o médico a alertou sobre o caso, quando a criança já estava internada no Salgado Filho. Ela, no entanto, acrescentou que, um mês antes, havia questionado o marido sobre marcas de mordidas nas costas da menina. Ele alegou, à época, que se tratava de uma brincadeira. A mulher ressaltou que o companheiro se incomodava com o choro do bebê.
Aos agentes, o avô da criança acrescentou que o preso teria histórico de maus tratos em relação aos outros filhos.
Após a apuração dos policiais, o homem foi preso pelo crime de maus tratos, já que "expôs a perigo de vida pessoa sob sua autoridade, privando-a dos cuidados indispensáveis, tendo do fato resultado em lesão corporal de natureza grave".
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Redação iBahia
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