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Celular de Léo Pinheiro mostra mensagens trocadas com ex-governador da Bahia Jaques Wagner. |
O atual ministro da Casa Civil e ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, pode entrar numa nova lista de investigados da Operação Lava Jato após a análise de mensagens de celular trocadas entre o petista e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. O empreiteiro, que já foi condenado na operação, teria negociado um apoio financeiro junto a Jaques Wagner ao candidato do PT à Prefeitura de Salvador em 2012, Nelson Pelegrino. Em uma das mensagens reveladas pelo jornal 'O Estado de S. Paulo', de 10 de outubro de 2012, Léo Pinheiro fala de um apoio ao candidato petista no segundo turno da eleição. No dia seguinte, o candidato derrotado do PMDB à prefeitura, Mário Kertész, anunciou a sua saída do partido e o apoio a Pelegrino. Ainda no mesmo dia, o empreiteiro enviou uma mensagem para Jaques Wagner: "assunto MK, preciso lhe falar". Em uma conversa mais antiga, Léo Pinheiro usa a mesma sigla 'MK' em mensagem para o então governador da Bahia. "o endereço que filho me forneceu foi MK Street 3.600", escreveu. A suspeita seria de que o número 3.600 é referente ao valor pago e 'MK' o destinatário do dinheiro.
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Suspeita seria de que o número 3.600 é referente ao valor pago e 'MK' o destinatário do dinheiro. Foto: reprodução / TV Globo |
Em outra mensagem, de 21 de outubro de 2014, o empreiteiro pede ajuda a Jaques Wagner para a liberação de um recurso de mais de R$ 41 milhões referentes a um convênio assinado em 2013 junto ao ministro dos Transportes Paulo Sérgio Passos. "Governador, se possível, peço seu apoio", enviou. "ok, vou fazê-lo", respondeu Jaques Wagner.
Resposta Em nota, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, negou qualquer irregularidade na relação com Léo Pinheiro e que está "à disposição do Ministério Público e demais órgão competentes para quaisquer esclarecimento". Ele também repudiou a "prática de vazamentos de informações preliminares e inconsistentes".
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"em momento nenhum, há alguma mensagem enviada por mim ou para mim", diz Mário Kertész. Foto: divulgação |
Já Mário Kertész disse que não tem o que explicar, uma vez que não fez parte das mensagens divulgadas: "Eu não tenho que responder nada, porque nessas conversas, em momento nenhum, há alguma mensagem enviada por mim ou para mim. São conversas entre outras pessoas que supostamente são a meu respeito, e de uma forma, ainda assim, cifrada".
Vazamento O vazamento das mensagens será investigada pela Polícia Federal, conforme determinou o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na quinta-feira (7). Ele afirmou que a investigação está protegida por sigilo legal e, portanto, a divulgação das mensagens configura crime.
Outros nomes O material com mensagens do celular de Léo Pinheiro tem 600 páginas, onde outros políticos são mencionados, entre eles está o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Outros nomes como o senador Edison Lobão (PMDB-MA) e os deputados federais Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Osmar Terra (PMDB-RS) também aparecem na lista.