No final da tarde desta quarta-feira (8), a modelo, cantora e dançarina Milleni Bezerra, de 21 anos, voltava pra casa quando foi surpreendida por uma pessoa desconhecida que tirou uma foto sua no ônibus.O incidente teria passado despercebido caso a pessoa em questão não tivesse decido ridicularizar a jovem nas redes sociais. "Nunca vi um smurf com black power", escreveu o agressor na publicação que rapidamente viralizou. Por acreditar que a agressão teve relação direta com o fato de ser negra, Milleni se sentiu profundamente ofendida.
"A questão não é o cabelo colorido, é ser black power. Com certeza uma branca de cabelo colorido não sofreria isso, seria uma "sereia linda". Quando eu era vendedora de uma loja alternativa minha gerente pediu para eu mudar o cabelo porque chamava atenção de uma 'forma negativa'", explicou a moça através de um desabafo divulgado nesta quinta (9).A web se dividiu. Enquanto algumas pessoas compartilharam a imagem achando graça, outros tantos se revoltaram. "Não abaixo cabeça para racista", escreveu Milleni. Em meio aos comentários, uma das pessoas escreveu que poderia ser engraçado ver aquele cabelo pegando fogo. Para a modelo, o racismo fica ainda mais "escancarado" neste caso.Em entrevista ao site G1, Milleni disse que sofre preconceito diariamente — não só por causa da cor do cabelo, mas principalmente pela cor da raça. "Acho que é muito fácil dizer que a pessoa está se fazendo de vítima quando não é você quem está sofrendo. Vou esperar colocarem fogo no meu cabelo?", desabafou a jovem.
Para descobrir quem era o autor da agressão — já que seu nome havia sido borrado nas postagens — ela fez contato com uma das pessoas que também se sentiu ofendida com a "brincadeira" e entrou em contato com a modelo. Após descobrir o nome do agressor, ela prometeu recorrer à Justiça para ser reparada.
"Dei print e vou levar na delegacia. Ele [o agressor] até me mandou mensagem, mas não respondi. Vou processá-lo por racismo. Outra pessoa veio me pedir perdão, mas teve gente também que veio me ofender mais ainda", conta.
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