Pelo menos oito estados entraram em alerta após as rebeliões que deixaram mais de 130 mortos em penitenciárias do Brasil nos primeiros dias do ano. Para evitar novos confrontos entre facções rivais que disputam o controle do tráfico de drogas, os estados do Acre, Ceará, Rondônia e Alagoas já transferiram mais de dois mil presos para outras prisões. Grande parte da movimentação foi realizada no Ceará, que determinou a transferência de 930 logo após a chacina que deixou 60 mortos em Manaus.
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De acordo com a Secretaria de Justiça do Ceará, as movimentações foram feiras entre unidades da Região Metropolitana de Fortaleza. A medida tem como objetivo prevenir os conflitos. Três pessoas morreram em cadeias cearenses este ano, mas as investigações ainda não confirmaram se os crimes têm ligação com o crime organizado.
No Acre, a segurança foi reforçada. O governo teme uma nova rebelião com mortes, já que no ano passado quatro pessoas foram mortas após uma briga entre grupos criminosos com origem no Rio de Janeiro e São Paulo. 15 detentos foram transferidos para cadeias federais. Quem também tem reforçado a segurança é Rondônia. O governo contratou mais agentes penitenciários e 38 presos foram mandados para outras cadeiras.
Já na Paraíba, o temor é pelo clima de tensão no Rio Grande do Norte. O governo paraibano reforçou a segurança na fronteira com o estado após a chacina que deixou 26 mortos no final de semana. Desde segunda-feira (16), novas rebeliões voltaram a acontecer no estado. Os detentos pedem que membros de um grupo rival sejam transferidos.
O governo Michel Temer reconheceu que a crise carcerária ganhou proporções nacionais e autorizou o uso das Forças Armadas no interior dos presídios pelo país. Eles vão fazer vistorias e revistas de presos, em busca de armas de fogo e armas branca, além de celulares e outros pertences proibidos.
A decisão foi anunciada pelo porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola. Em pronunciamento, Parola confirmou também que os agentes militares vão atuar também em conjunto com as polícias locais. Ele também disse que as ações vão precisar da autorização dos governadores, por as carceragens são responsabilidades dos estados.
“Em uma iniciativa inovadora e pioneira, o presidente coloca à disposição dos governos estaduais o apoio das Forças Armadas. A reconhecida capacidade operacional de nossos militares é oferecida aos governadores para ações de cooperação específicas em penitenciárias”, disse Parola.
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Redação iBahia
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