O ministro da Fazenda, Guido Mantega, cobrou neste sábado (24) uma "resposta firme" das autoridades econômicas para evitar que o mundo mergulhe em uma nova recessão. "Turbulência excepcional nos mercados financeiros e confiança debilitada podem levar a uma nova recessão, especialmente nos Estados Unidos e na zona do euro", diz a declaração de Mantega ao Comitê Monetário e Financeiro Internacional (IMFC, na sigla em inglês), que se reuniu em Washington. "A não ser que haja uma resposta firme das autoridades, o melhor cenário para esses países parece ser estagnação prolongada, com alto desemprego", diz o pronunciamento ao IMFC, que é o órgão que tem o papel de assessorar do conselho de diretores do Fundo Monetário Internacional (FMI) e recomendar a adoção de políticas. Repetindo um alerta feito ao longo da semana, na qual participou de encontros de ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e do G20 (grupo das principais economias avançadas e emergentes, entre elas o Brasil) na capital americana, Mantega afirmou que caso haja uma nova recessão, todos os países serão afetados, "em menor ou maior grau". O ministro observa na nota que a situação atual é semelhante à de 2008, que marcou o auge da crise econômica mundial. "A gravidade dos eventos recentes está nos levando a um daqueles pontos em que a cooperação é absolutamente indispensável", diz o texto apresentado pelo ministro, em nome do Brasil, e de outros oito países em desenvolvimento (Colômbia, República Dominicana, Equador, Guiana, Haiti, Panamá, Suriname e Trinidad e Tobago). Segundo Mantega, os países avançados não podem mais lidar sozinhos com riscos à estabilidade global, em um momento em que as economias emergentes e em desenvolvimento são responsáveis pela maior fatia do crescimento econômico. "Uma porção considerável dos recursos que o FMI tem emprestado nos últimos anos têm vindo de reservas internacionais fornecidas por China, Brasil, Índia, Rússia e outros mercados emergentes", diz Mantega, sem citar o quinto integrante do Brics, a África do Sul, última a se unir ao bloco. Em referência aos Estados Unidos, cujo governo recentemente apresentou uma proposta para geração de empregos, ainda dependente de aprovação do Congresso, Mantega afirma que a medida é bem-vinda.
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