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Médicos poderão utilizar remédio da malária em casos graves

Protocolo prevê cinco dias de tratamento, sempre dentro do hospital e monitorado por um médico, em razão de seus efeitos colaterais

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Redação iBahia

26/03/2020 às 10:06 • Atualizada em 28/08/2022 às 13:45 - há XX semanas
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O Ministério da Saúde anunciou que vai liberar a partir de sexta-feira 3,4 milhões de unidades do medicamento cloroquina para que os médicos possam avaliar seu uso em pacientes graves do novo coronavírus, que já matou 57 pessoas no Brasil. Foi elaborado um protocolo, que prevê cinco dias de tratamento, sempre dentro do hospital e monitorado por um médico, em razão de seus efeitos colaterais. O remédio já é utilizado no tratamento de malária, lúpus e artrite.

— O que o Ministério da Saúde está fazendo é deixar no arsenal, deixar à mão do profissional médico. Se ele entender que o paciente grave pode se beneficiar, o que vamos fazer é deixar esse remédio ao alcance dele — disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Denizar Viana, destacou que o uso será restrito. Ele disse que, no caso dos pacientes graves, os benefícios podem superar os riscos.

— Esse medicamento não é indicado para prevenção. Não é indicado para os sintomas leves — disse Denizar.

Segundo o Ministério da Saúde, a cloroquina demonstrou ter ação contra o vírus em laboratório. Também há indicação de melhora nos pacientes graves. Por outro lado, o Ministério da Saúde ressaltou que ainda é preciso evidências clínicas mais robustas. "A única evidência mostra aparente redução da carga de vírus em secreções respiratórias", informou a pasta.

Número de infectados chega a 2.433

O número de pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus no Brasil subiu para 2.433 e o total de mortes chega a 57. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde na tarde desta quarta-feira (25), junto com a informação sobre o uso da cloroquina. No último balanço do governo, na terça-feira, o total de infectados chegava a 2.201, com 46 mortes confirmadas. O crescimento no número de casos confirmados foi de 10,5%. No de mortos, o avanço foi de 23,9%.

O balanço desta quarta-feira mostra as primeiras mortes decorrentes da Covid-19 fora da região Sudeste. Das 11 mortes novas registradas, três foram fora da região Sudeste. Uma no Amazonas, uma em Pernambuco e uma no Rio Grande do Sul.

O Rio de Janeiro continua a ser o segundo estado com os maiores números de casos confirmados e de mortes. Na terça, o estado tinha 305 casos e seis mortes. No balanço divulgado nesta quarta-feira, o Rio de Janeiro tem 370 casos. O número de mortes permanece o mesmo. Em relação ao dia anterior, o crescimento no número de casos foi de 21%.

São Paulo é o estado com o maior número de casos e de mortes. Na terça, o estado tinha 810 casos confirmados e 40 mortes. Nesta quarta-feira, o estado tem 862 casos e 48 mortes. Em relação ao dia anterior, o número de casos em São Paulo cresceu 6%. O número de mortes aumentou 20%.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, informou que os números estão crescendo num ritmo parecido ao dos últimos dias. Mas ele chamou a atenção para alguns estados.

No Norte, houve a primeira morte, no Amazonas. Segundo Mandetta, era esperado que o estado, com uma metrópole como Manaus, fosse afetado. Ele preferiu destacar a situação de outro estado da região.

— Na região Norte, a gente já esperava. Agora chama atenção o Acre, com 23, um estado de baixa população — disse Mandetta.

No Nordeste, também houve a primeira morte, em Pernambuco, mas Mandetta chamou a atenção para o Ceará, que é o recordista de casos confirmados na região. Isso pode ter sido fruto do trabalho dos serviços de saúde em detectar casos, ou há algum outro motivo a ser entendido ainda.

— O Ceará tem excelente atenção de saúde primária. Temos que perceber se a vigilância ao Ceará é bem sensível, ou se é realmente diferente dos outros [do Nordeste] — afirmou o ministro.

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