Herdeiro da empreiteira OAS, Cesar Mata Pires Filho, de 40 anos de idade, morreu nesta quarta-feira (25), pouco mais de duas semanas após ter sofrido um infarto enquanto prestava depoimento em uma audiência no âmbito da Operação Lava-Jato, em Curitiba. O pai dele, Cesar Mata Pires, um dos fundadores da empresa, também morreu após sofrer um infarto, em agosto de 2017.
A causa oficial da morte de Cesar Mata Pires Filho ainda não foi informada pelo hospital. Ele completaria 41 anos em setembro e estava internado desde o dia 8 de julho. No dia seguinte à chegada ao Hospital Santa Cruz, em Curitiba, Cesar foi submetido a uma cirurgia para implantação de dois stents (uma espécie de endoprótese usada para desobstruir artérias). A operação foi bem-sucedida e o quadro do empresário foi considerado estável após o procedimento. A situação dele piorou nos últimos dias.
Cesar era acusado de corrupção na construção de um prédio da Petrobras em Salvador. A defesa dele alegava não existem provas de que tivesse cometido crimes no caso. A Lava-Jato chegou a apreender diversos bens de luxo do empresário, como cinco relógios Rolex e dois veículos Porsche Cayenne. Quando ele foi preso pela operação, a fiança custou R$ 29 milhões.
Atualmente em recuperação judicial, a OAS tem acumulado sucessivas dívidas e corre risco real de falir. Fontes da empresa afirmam que o avanço das investigações, aliadas à crise na situação financeira da empresa, abalaram fortemente a César Filho nos últimos meses e eram fatores que teriam contribuído para seu infarto.
— Para um jovem de 40 anos, ter perdido o pai no meio de uma tempestade, ser processado pela Lava-Jato, com uma falência às portas e pressões de todos os lados, era uma situação desesperadora — afirmou a fonte.
Outros sócios e ex-diretores da OAS também tem enfrentado dificuldades. A começar pelo ex-presidente da empresa Léo Pinheiro, que está preso desde setembro de 2016 na carceragem da PF em Curitiba e, após longas negociações, conseguiu assinar um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, mas que até hoje está travado.
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Redação iBahia
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