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Morre o jornalista Maurício Azêdo, presidente da ABI

O corpo do jornalista foi velado na manhã deste sábado (26) no Memorial do Carmo e o enterro está marcado para as 16h

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26/10/2013 às 10:32 • Atualizada em 28/08/2022 às 19:35 - há XX semanas
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O presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), jornalista Maurício Azêdo, morreu nesta sexta-feira (25) aos 79 anos de idade, de insuficiência cardíaca, no Hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul da capital fluminense, onde estava internado há duas semanas. O corpo do jornalista foi velado na manhã deste sábado (26) no Memorial do Carmo e o enterro está marcado para as 16h no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, zona norte da cidade. Nascido no Rio de Janeiro, em 1934, Oscar Maurício de Lima Azêdo era advogado formado em 1966 pela então Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. No jornalismo, iniciou sua trajetória em jornais do Partido Comunista Brasileiro (PCB), do qual era militante. Na grande imprensa, trabalhou como repórter, redator, editor e cronista no Jornal do Commercio, Diário Carioca, Jornal do Brasil, Jornal dos Sports, Última Hora, O Dia, O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo, além das revistas Realidade e Manchete. Durante a ditadura militar, colaborou com jornais de resistência da imprensa alternativa, como o Movimento e Opinião. Nos anos 1980, filiou-se ao PDT, partido pelo qual se elegeu vereador por três mandatos, chegando a exercer a presidência da Câmara Municipal do Rio no biênio 1983-1985. A primeira eleição de Maurício Azêdo para a presidência da ABI ocorreu em 2004, para um mandato de três anos. O jornalista continuou à frente da entidade por mais dois triênios: 2007-2010 e 2010-2013. A presidenta do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, Paula Mairan, lamentou a morte e disse que o nome de Azêdo já está escrito na história do jornalismo brasileiro. “O Maurício Azêdo foi um militante de grande importância não só para a história do jornalismo, mas para todas as lutas de resistência em nosso país contra o autoritarismo e a ditadura. Deixa um legado de muitas batalhas em defesa dos direitos humanos, da democracia e de um Brasil melhor e mais justo. Com todas as dificuldades da idade e de saúde, enquanto pôde esteve na ABI lutando para tornar aquele espaço sempre democrático e aberto aos movimentos sociais. A idade não o impediu de se manter militante até os seus últimos dias e o seu nome está registrado na história dos jornalistas que honraram a profissão”, disse. O presidente da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da ABI, Mário Augusto Jakobskind, ressaltou o lado combativo e o trabalho de Azêdo na reconstrução da entidade. “Realmente o Brasil perdeu uma grande figura do jornalismo, em um momento em que o país está precisando de quem combata o bom combate, como sempre, por toda a vida, o Maurício Azedo combateu. Nós estamos abalados com a perda de uma figura como ele, que recuperou a ABI”, disse Jakobskind, que também faz parte do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). O diretor-presidente da EBC, Nelson Breve, lamentou a morte do presidente da ABI, destacando o seu trabalho como jornalista e defensor dos direitos humanos. “A comunicação e a cultura do país perderam uma grande referência com a morte do Maurício Azêdo. Ele trabalhou em quase todos os veículos de comunicação relevantes do Brasil nas últimas cinco décadas. Tanto na mídia tradicional, quanto na imprensa alternativa que resistiu à ditadura militar. Como editor-chefe do antigo Boletim da ABI, foi um vigoroso denunciante das violações dos direitos humanos, cobrando persistentemente a responsabilidade do Estado pelos crimes cometidos. Também foi um grande divulgador do audiovisual brasileiro, fundando cineclubes e criando várias publicações voltadas para as artes, especialmente o cinema brasileiro”, disse.

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