Um vídeo está gerando revolta nas redes sociais por mostrar um professor de Direito dizendo, em plena sala de aula, que 'mulher gosta de apanhar', diante de vários estudantes. As imagens foram gravadas durante uma aula de revisão do professor Victor Augusto Leão para o concurso do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE/PR), no Curso Luiz Carlos, em Curitiba.
"Gosta de apanhar ou não? Levar uns murros na boca de vez em quando? Uma joelhada, não gosta? Quebrar umas costelas, não gosta? Mulher gosta de apanhar. Mulher gosta de levar porrada, não é verdade?"
Em nota também publicada nas redes sociais, o Curso Luiz Carlos informa que só tomou conhecimento das palavras do professor no último sábado, quando o vídeo ganhou repercussão na internet. A instituição de ensino garante que repudia qualquer tipo de incitação à violência contra as mulheres, acrescentando que não receberam nenhuma reclamação escrita ou verbal, por parte dos alunos, contra o professor.
No mesmo comunicado, Victor Augusto Leão também se pronunciou, declarando que o trecho do vídeo está fora do contexto. Ele alega que em vários momentos frisou não passar de uma brincadeira para descontrair o nervosismo da turma que estava prestes a participar do concurso do TRE.Leia a nota da instituição na íntegra
O Curso Luiz Carlos, há 34 anos em Curitiba no mercado de cursos preparatórios para concursos públicos e Exame da OAB, vem a público esclarecer que:
Tomou conhecimento pelas redes sociais neste sábado, dia 23 de setembro, de vídeo de um de seus professores que, durante aula na instituição, faz comentários relacionados à violência contra as mulheres;
Apesar de a aula ter sido ministrada no dia 2 deste mês de setembro, não recebeu nenhuma reclamação escrita ou verbal na secretaria do curso, em relação aos comentários do professor;
O curso repudia e não compactua com qualquer tipo de incitação à violência contra as mulheres – ou qualquer outro tipo de discriminação, ligada a que gênero for; Primamos pela qualidade do ensino, tanto que no último concurso para o Ministério Público do Paraná, aprovamos 100% dos nossos alunos como Promotores de Justiça. Esse sucesso reflete-se também em outros cursos do Luiz Carlos, pois com metodologia diferenciada e autonomia docente, nossos alunos alcançam seus objetivos; É lamentável saber que o vídeo, de menos de 60 segundos, viralizou por causa de uma colocação do professor, que consideramos, sim, inoportuna. Tanto que, como já dissemos, não houve qualquer reclamação no curso pelos alunos daquela aula e, ao final da atividade, o professor saiu aplaudido, como está explicito na íntegra do vídeo.Como se trata de uma aula gravada, que pode ser assistida por outros alunos do curso, será editada para supressão do trecho mencionado, já que acreditamos que o objetivo do professor não foi, conforme reiteramos, ofender ninguém;
O Curso Luiz Carlos ministra aulas presenciais em Curitiba e on-line para todo o Brasil, sendo reconhecido como uma marca nacional, e de sucesso na aprovação de seus alunos nos diversos concurso públicos, jurídicos e Exame de Ordem. Pautamos nossos valores no respeito ao próximo e todo nosso acervo de aulas gravadas comprova o comprometimento com o sucesso de nossos alunos;Se por um lado a colocação do professor foi inoportuna, choco-me em ler tamanho ódio contra uma pessoa que sequer teve direito à defesa. Nem a página do curso nas redes sociais foi poupada, demonstrando que o simples ato de compartilhar conteúdo sem nenhuma checagem prévia – o que pode levar a erro – parece ser mais importante que buscar o contexto real dos fatos;Estamos sensibilizados com o grande número de manifestações positivas de alunos em favor do curso e do professor. Aproveitamos para dizer que os nossos alunos são a razão de nossa existência e o motivo principal para sempre inovarmos, com vistas à aprovação em concursos, quaisquer que sejam eles;Continuaremos comprometidos com o sucesso dos nossos alunos e trabalhando intensamente para que os índices de aprovação retratem ainda mais nosso carinho e respeito por eles;O assunto será levado para nosso Colegiado, que analisará a questão;
O curso se coloca à disposição de todas as entidades, administrativas ou jurídicas, para o esclarecimento dos fatos.Como diretor do curso, convido todos para a busca de um diálogo sadio, sem violência, seja física ou verbal.
Finalizo desejando o bem a todos, sem distinção.
Henrique Arns de Oliveira - Diretor-Presidente do Curso Luiz Carlos
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Nota de Esclarecimento do professor Victor Augusto Leão
Considerando-se o teor de diversos comentários nas redes sociais sobre uma aula, ministrada pelo professor Victor Augusto Leão, ele esclarece que:
O trecho do vídeo apresentado está fora do contexto de todo vídeo da aula, pois, se acaso analisado desde seu início, observar-se-ia um contexto de total descontração. Em vários momentos do trecho do vídeo divulgado frisei que estava apenas brincando, já prevendo que pessoas maldosas ou com outros desígnios deturpassem meus comentários com finalidades das mais diversas.
Era uma aula de revisão de véspera para o concurso do TRE/PR, com milhares de inscritos, e pretendi apenas descontrair o nervosismo dos alunos com brincadeiras enquanto ministrava conteúdo importante de revisão na aula.
O pequeno trecho do vídeo não retratou essas passagens, o que seria suficiente para se concluir em sentido completamente contrário ao que está exposto nos comentários nas redes sociais. Ao final, inclusive, repassei uma mensagem de Deus para acalmar os referidos alunos e tentar arrefecer seus nervos.
Portanto, aferir-se qualquer conclusão assistindo a apenas um trecho do vídeo significa partir de uma premissa equivocada. É necessário assistir a todo o vídeo da aula para, a partir de uma premissa completa, concluir-se que não houve menosprezo à mulher. Houve, sim, conteúdo jurídico com descontrações.
É inaceitável e lamentável que pessoas postem comentários que denigram minha imagem nas redes sociais como se minhas brincadeiras naquela aula fossem um discurso de pregação a favor da violência doméstica e familiar contra a mulher.
Não foi um discurso malignamente ofensivo às mulheres. Foram brincadeiras (expressamente destacadas), como tantos humoristas realizam. Não se pretendeu (como de fato não se fez), estimular a violência doméstica e familiar contra a mulher.
As pessoas que me conhecem sabem muito bem do respeito, amor e entrega que tenho por minha esposa e filhas, resultando em respeito e empatia para com outras pessoas.
Para se restringir apenas à sala de aula, isso é facilmente verificável com meus alunos e ex-alunos, os quais, inclusive, igualmente podem certificar meu estilo descontraído de ministrar aulas há mais de 12 anos e, também, que estimulo o respeito e a consideração às pessoas. Aliás, minhas avaliações institucionais realizadas pelos alunos comprovam cravadamente esses fatores.
É inaceitável e lamentável que pessoas postem comentários denegrindo minha imagem nas redes sociais sem conhecer o teor integral do vídeo da malfadada aula ou mesmo sem se certificar sobre quem estão falando.
Há que se considerar que não houve dolo, má-fé ou discriminação alguma contra as mulheres. O que ocorre é que houve uma divulgação de parte de um vídeo que não condiz com a realidade da aula e muito menos com meu caráter.
Não se pode perder de vista: foi um contexto pitoresco que algumas pessoas estão deturpando para disseminar seus ódios para os violentadores de mulheres, projetando tais figuras na minha pessoa.
Com efeito, repudia-se e não se compactua com qualquer espécie de violência. Existem homens que se prevalecem de violência contra a mulher. Isso é abominável!!! MAS EU NÃO SOU ASSIM.
Agora, enquadrar uma brincadeira em sala de aula nesse contexto violentador e proferir as mais variadas ofensas difamatórias é ser uma pessoa desproporcional, desarrazoada e desmotivadamente violentadora de uma didática aplicada em sala aula de cursinho e altamente ofensiva a um professor.
Isto é: não se pode, a pretexto da execrável violência contra a mulher, alçar uma brincadeira ao patamar de odioso discurso contra alguém que, em sua autonomia didática, brincou com um assunto polêmico.
Não se pode confundir brincadeira no contexto como ocorreu com discurso pregador de violência contra a mulher.
A diferença entre brincadeira e ofensa é nítida, mesmo para quem assistiu apenas parte pinçada do vídeo: basta se aperceber do destaque: “estou brincando, estou brincando”.
Não se pode chegar ao extremo de se proibir manifestações em tom de brincadeira ao argumento de ser discriminação, preconceito, ódio etc.
Há que se expandir a visão: não foi discurso de discriminação contra a mulher. Foi uma brincadeira cabível em determinado contexto. Pensar o contrário seria tolher qualquer iniciativa de deixar uma aula de revisão de véspera de concurso público menos enfadonha e improdutiva.
Perceba que no descontextualizado vídeo não há qualquer menção a fazer ou deixar de fazer isso ou aquilo. Há tão somente uma brincadeira.
A despeito dessas observações, assume-se que foi uma brincadeira no âmbito daquilo que se considera politicamente incorreto e não ofensivamente incorreto.
Nada obstante tudo isso, finalizo com meu total e pleno repúdio e não compactuação a qualquer ato de violência contra quem quer que seja, especialmente, no caso, à mulher, assim como estou plenamente convicto de que não pratiquei ilícito algum.
Por fim, caso alguma pessoa tenha se sentido ofendida, destaco minhas sinceras desculpas. Não foi esse o objetivo.
Prof. Victor Augusto Leão
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Redação iBahia
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