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Novas regras do Minha Casa, Minha Vida são anunciadas por Lula

Programa foi retomado pelo atual governo após ter sido substituído pelo Casa Verde e Amarela na gestão Bolsonaro

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Redação iBahia

13/07/2023 às 16:14 - há XX semanas
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					Novas regras do Minha Casa, Minha Vida são anunciadas por Lula
Foto: Divulgação / @ricardostuckert

A Medida Provisória (MP) com as novas regras do Minha Casa, Minha Vida, programa de habitação popular do governo federal, foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quarta-feira (12), em Brasília. Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, o presidente vetou "diversos" trechos da proposta que tinham sido incluídos durante a tramitação no Congresso. No entanto, Jader Filho disse que houve três vetos "principais":

  • o que obrigava distribuidoras de energia a comprarem o excedente produzido por painéis solares instalados nas casas do programa;
  • o que previa a contratação de um seguro pós-obra, pelas construtoras, para cobrir eventuais danos na estrutura das casas;
  • o que previa descontos em taxas cobradas pelos cartórios em operações com recursos do FGTS.


A principal alteração está relacionada ao valor máximo de financiamento pela iniciativa, que subiu para R$ 350 mil. Além disso, as novas regras trazem mudanças nas especificações das unidades, com tamanho mínimo de 40m² para casas e de 41,5m² para apartamentos. As obras deverão ter varanda e os conjuntos precisam ser equipados com sala de biblioteca e equipamentos para a prática esportiva.

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O programa também passa a exigir que o terreno fique na malha urbana, com proximidade a infraestrutura instalada e consolidada, com acesso a escolas, postos de saúde, comércio, serviços e transporte público coletivo. Veja abaixo todas as mudanças anunciadas:

Faixas

O texto da MP aprovado por deputados e senadores estabelece que o Minha Casa, Minha Vida atenda famílias enquadradas por critérios de renda e localização das moradias. Segundo o g1, a Medida Provisória (MP) aprovada define que, para o cálculo da renda, não serão considerados benefícios sociais, como auxílio-doença, auxílio-acidente, seguro-desemprego, Benefício de Prestação Continuada (BPC), e Bolsa Família.

  • Áreas urbanas: famílias com renda bruta mensal de até R$ 8 mil;
  • Áreas rurais: famílias com renda bruta anual de até 96 mil.
  • O programa ainda tem uma subdivisão por faixas de renda nas áreas urbanas e rurais:
  • Faixa urbano 1: famílias com renda bruta mensal de até R$ 2.640;
  • Faixa urbano 2: famílias com renda bruta mensal de R$ 2.640,01 até R$ 4.400;
  • Faixa urbano 3: famílias com renda bruta mensal de R$ 4.400,01 até R$ 8.000
  • Faixa rural 1: famílias com renda bruta anual até R$ 31.680;
  • Faixa rural 2: famílias com renda bruta anual de R$ 31.680,91 até R$ 52.800;
  • Faixa rural 3: famílias com renda bruta anual de R$ 52.800,01 até R$ 96.000.


Faixa 1 - O programa foi retomado com o objetivo de contratar 2 milhões de habitações até 2026, com recursos do orçamento da União e de financiamentos via FGTS. Neste primeiro semestre, foram entregues 10 mil unidades (investimento de R$ 1,17 bilhão), com a previsão de concluir ainda neste ano mais 8 mil unidades e retomada de 21,6 mil obras.

As famílias da Faixa 1 são prioridade. O governo informou que, as famílias beneficiadas pagarão prestações mensais proporcionais à renda, com valor mínimo de R$ 80 por cinco anos.

Valores dos imóveis

O programa também atualizou valores dos imóveis, que variam por faixa de renda e localização. Segundo o governo, no geral, os subsídios ficam nos seguintes valores;

  • Faixa 1 subsidiado: até R$ 170 mil;
  • Faixa 1 e 2 financiado: até R$ 264 mil;
  • Faixa 3 financiado: até R$ 350 mil.


Os valores mudam para unidades na zona rural:

  • Novas moradias: até R$ 75 mil;
  • Reforma de moradia: até R$ 40 mil


Financiamento e taxas

Segundo o governo, as taxas de juros do financiamento dos imóveis são reduzidas para beneficiários na faixa 1. Para famílias com renda de até R$ 2 mil mensais, a taxa caiu de R$ 4,25% a 4% a ano, nas regiões Norte e Nordeste. Nas demais regiões (Centro-Oeste, Sudeste e Sul), a alíquota passou de 4,50% para 4,25% ao ano.

O programa definiu, para as faixas 2 e 3, taxa de até 8,16% ao ano. Veja na tabela abaixo:

FaixaRendaTaxas de jurosTaxas de jurosTaxas de jurosTaxas de juros
CotistaCotistaNão cotistaNão cotista
Norte e NordesteCentro-Oeste, Sudeste e SulNorte e NordesteCentro-Oeste, Sudeste e Sul
1Até R$ 2.0004%4,25%4,5%4,75%
1R$ 2.000,01 a R$ 2.6404,25%4,5%4,75%5%
2De R$ 2.640,01 a R$ 3.2004,75%5%5,25%5,5%
2De R$ 3.200,01 a R$ 3.800 5,5%5,5%6%6%
2De R$ 3.800,01 a R$ 4.4006,5%6,5%7%7%
3De R$ 4.400,01 a R$ 8.0007,6%7,6%8,16%8,16%


O programa também prevê que famílias que realizem financiamento com recursos do FGTS terão desconto maior na entrada para aquisição do imóvel. O benefício, que antes ficava em R$ 47,5 mil na Faixa 1, passará para um subsídio concedido pelo FGTS de até R$ 55 mil. O financiamento pelo programa federal permite compra de imóveis novos ou usados.

História

Estabelecido em 2009, no segundo mandato de Lula, o programa foi substituído em 2020, na gestão de Jair Bolsonaro, pelo Casa Verde e Amarela, que manteve o objetivo de facilitar acesso a moradias para famílias de baixa renda.

O Minha Casa, Minha Vida foi retomado com o retorno de Lula ao Palácio do Planalto. O governo editou uma MP em fevereiro com as novas regras. O programa entrou em vigor, porém precisava ser aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente para não perder a validade. As mudanças no texto feitas durante a tramitação na Câmara e no Senado e validadas por Lula só começam a valer com a sanção.

As principais ações previstas no programa são:

  • pagamento total ou de parte do valor da construção de casas;
  • financiamento de imóveis novos ou usados;
  • aluguel social (mais barato) de casas em áreas urbanas;
  • reforma de imóveis inutilizados nas grandes cidades;
  • reajuste no valor de obras já iniciadas;
  • incentivo à construção de unidades próximas a grandes centros urbanos.
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