As escolas ocupadas por estudantes do ensino médio e técnico estão em 16 dos 20 estados que vão receber o segundo turno das eleições neste domingo. Os estados do Paraná, Espírito Santo e Goiás vão realocar seções, movimentando 700.315 mil eleitores. No Espírito Santo, nove escolas deixarão de ser locais de votação. Em outros locais, houve um acordo entre Justiça Eleitoral e estudantes, para que as atividades de votação e de ocupação convivam sem transtorno durante o próximo domingo. O TRE-GO alega que a logística não vai gerar custos adicionais para o estado. Já no Paraná, o gasto com o segundo turno deve aumentar em R$ 3 milhões, pelas onerações com tropas federais contratadas para acompanhar o pleito, deslocamento de servidores, sinalização dos novos locais e correspondências enviadas aos eleitores avisando sobre as seções temporárias.
Os estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina fecharam acordo com os estudantes para a convivência entre as atividades de votação e de ocupação dentro das escolas. Pernambuco disse que tem um plano de contingência, mas não detalhou do que se trata, alegando "questões de segurança".
Os TREs do Ceará, Mato Grosso, Rondônia, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe declararam que as seções de votação não coincidem com as escolas ocupadas.
A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) contabiliza, até o momento, 1177 escolas ocupadas em todo o Brasil. A presidente da Ubes, Camila Lanes, disse que os advogados da organização mantiveram contato com os TREs e negociaram para que as eleições transcorressem dentro da normalidade. "Se houver votação nas escolas ocupadas é bom para nós, porque assim nos aproximamos da comunidade e podemos debater nossas ideias", afirma.
A Justiça do Paraná determinou, nesta sexta-feira, a desocupação de 25 colégios estaduais de Curitiba. Caso os alunos não desmontem o acampamento de maneira voluntária, a Polícia Militar poderá interferir. Cada dia de descumprimento da determinação ainda incorre no pagamento de R$ 1 mil pelos estudantes. A juíza Patrícia de Almeida Gomes Bergonese, da 5ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, citou o risco às crianças e o impedimento do trabalho dos professores na decisão.
Mas o TRE-PR informou que o planejamento de mudança dos locais de votação deve seguir inalterado.
De acordo com o site da Ubes, os acampamentos são em sinal de protesto contra três projetos de lei do Governo Federal: a Medida Provisória (MP) 746/2016, que propõe a Reformulação do Ensino Médio, a PEC 241/16, chamada PEC do Teto, que estipula um teto para os gastos públicos com base na inflação do ano anterior, e a Lei 867/2-15, apelidada Lei da Mordaça, que quer eliminar do ambiente escolar o debate socio-político.
Entre os estados que têm escolas ocupadas e realizarão segundo turno, a reportagem de O Globo não conseguiu contato com os TREs de Alagoas, Maranhão e Pará.
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Redação iBahia
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