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Prisão de Roberto Jefferson: entenda o caso envolvendo ex-deputado desde o início

Veja guia feito pelo iBahia com todos os detalhes do caso que resultou em dois policiais federais feridos

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Redação iBahia

24/10/2022 às 13:29 • Atualizada em 24/10/2022 às 13:41 - há XX semanas
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					Prisão de Roberto Jefferson: entenda o caso envolvendo ex-deputado desde o início
Foto: Reprodução/TV Globo

O caso envolvendo o ex-deputado Roberto Jefferson, que atirou em policiais federais na tarde de domingo (23) durante a revogação de uma prisão domiciliar, tem chamado atenção por inúmeros motivos. Entre eles: corrida eleitoral, ataque aos policiais, posse de armas e mais.

Mas, quem é Roberto Jefferson?! Quais os impactos que a prisão dele proporcionou? Pensando nessas perguntas dos internautas que o iBahia resolveu fazer um guia tirando as principais dúvidas em torno do caso. Confira:

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Quem é Roberto Jefferson

Roberto Jefferson é ex-deputado federal e presidente afastado do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). O político ficou conhecido nacionalmente após a delação de um esquema de compra de votos no Congresso Nacional no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, batizado pelo próprio Roberto Jefferson de "mensalão".

Ele tentou ser candidato à Presidência da República pelo PTB nas eleições deste ano, mas, por unanimidade, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou o registro de candidatura. Diante da negativa, Jefferson, indicou como substituto o baiano Padre Kelmon, que representou o partido no primeiro turno das eleições.

Quando Roberto Jefferson foi preso?

Roberto Jefferson foi preso em agosto de 2022, no âmbito do inquérito das milícias digitais e também por possível envolvimento em atividades de uma organização criminosa, que teria agido para atentar contra o Estado Democrático de Direito. No mesmo mês, a Procuradoria-Geral da República apresentou denúncia contra o ex-presidente do PTB pelos crimes de homofobia, calúnia e incitação ao crime de dano contra o patrimônio.

Em janeiro deste ano, a prisão preventiva de Roberto Jefferson foi substituída por prisão domiciliar. O ministro Alexandre de Moraes atendeu ao pedido da defesa, que alegou que o ex-deputado estava debilitado em razão de doença grave.

Por que Roberto Jefferson teve a prisão domiciliar revogada?

A prisão foi revogada por causa do desrespeito as restrições impostas, segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes, em uma decisão proferida no sábado (22), determinou que o ex-deputado retornasse ao regime fechado.

Segundo o g1, Moraes listou os descumprimentos: "receber visitas e passar orientações a dirigentes do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB); conceder entrevista ao Canal Jovem Pan News no YouTube; promover, replicar e compartilhar notícias fraudulentas “que atingem a honorabilidade e a segurança do STF e de seus ministros, atribuindo e/ou insinuando a prática de atos ilícitos por membros da Suprema Corte."

Moraes também transcreveu falas de Roberto Jefferson para justificar sua decisão, como os xingamentos à ministra Cármen Lúcia.

Quem foi prendê-lo e onde?

No domingo (23), uma equipe da Polícia Federal saiu do Rio de Janeiro com destino à casa de Roberto Jefferson, em Comendador Levy Gasparian, no Sul Fluminense. Os agentes chegaram à residência às 11h. Roberto Jefferson resistiu à prisão por 14 horas.

Sem sair de casa, Roberto Jefferson disparou de fuzil cerca de 20 vezes e atirou três granadas na direção dos agentes. A viatura da PF foi atingida na lataria e no para-brisa. Ainda segundo o g1, o impacto das balas destruíram o vidro e os estilhaços feriram o delegado Marcelo Vilella e a policial Karina Lino Miranda de Oliveira.

Roberto Jefferson confirmou os disparos, mas disse, antes de se entregar, que os tiros não foram direcionados aos agentes. "Não atirei em ninguém para pegar. Atirei no carro e perto deles", afirmou o ex-parlamentar.

A Polícia Federal revidou

Segundo a corporação, houve revide. Entretanto, até a publicação desta reportagem, não se sabiam quantos tiros foram efetuados. Vale destacar que os agentes não invadiram a propriedade.

Dois agentes da Polícia Federal ficaram feridos após o ataque. Eles receberam atendimento médico e passam bem. Em paralelo, ao caso, o repórter cinematográfico Rogério de Paula, da Inter TV, afiliada da TV Globo, foi agredido por apoiadores de Roberto Jefferson e do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Rendição

Roberto Jefferson se rendeu 14 horas depois da troca de tiros. Agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar foram ao local para negociar com ele. O ex-deputado chegou no início da madrugada desta segunda-feira (24) ao Presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio. Ele permanecerá no local, já que

Ministro Moraes mandou prendê-lo em flagrante sob a acusação de tentativa de homicídio. Anteriormente, o pedido era apenas o cumprimento de um mandado de prisão por violação de prisão domiciliar.

Roberto Jefferson e as armas

Ainda não se sabe como o ex-deputado adquiriu o fuzil e as granadas usadas no ataque contra os policiais. Segundo o g1, também não se sabe se o arsenal, todo ou parte, estava regular.

O que Bolsonaro disse sobre a prisão e o ataque

Bolsonaro repudiou as ofensas a Cármen Lúcia e o ataque contra a PF cometido pelo aliado Roberto Jefferson. Entretanto, ele criticou o STF na mesma frase. "Repudio as falas do Sr. Roberto Jefferson contra a Ministra Carmen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP", escreveu Bolsonaro no Twitter.

Na mesma rede social, Bolsonaro disse que determinou "a ida do Ministro da Justiça ao Rio de Janeiro para acompanhar o andamento deste lamentável episódio". O candidato e atual presidente também divulgou um vídeo sobre o caso. Confira abaixo:

Depois, o presidente participou de uma transmissão ao vivo em seu canal no YouTube. Ele leu o que tinha escrito no seu perfil no Twitter e disse que não tem nem foto com Roberto Jefferson, apesar dos registros feitos no Palácio do Planalto e divulgados na época pelo próprio ex-deputado e pelo PTB.


				
					Prisão de Roberto Jefferson: entenda o caso envolvendo ex-deputado desde o início
Presidente Jair Bolsonaro ao lado de Roberto Jefferson e a então presidente do PTB, Graciela Nienov, em maio de 2021 (Foto: Reprodução/Instagram/blogdojefferson8)

Impacto pelo mundo

O caso chamou a atenção de meios de comunicação estrangeiros e a situação foi destacada nesta segunda (24).

Washington Post - O jornal norte-americano "Washington Post" afirmou que "os eventos foram impressionantes até mesmo para os brasileiros" e destacou a fala do presidente da Câmara, Artur Lira, de que os brasileiros estavam "horrorizados" com o caso, que atingiu "o pico do absurdo".

BBC - A rede britânica BBC contou que "Roberto Jefferson, um aliado do presidente de extrema direita, Jair Bolsonaro, feriu dois policiais antes de se render". O texto também destaca que os disparos foram feitos com um fuzil, em um momento em que "as tensões políticas são altas no Brasil antes do segundo turno das eleições presidenciais de domingo".

The Guardian - O jornal "The Guardian", também do Reino Unido, destacou que o caso ocorreu dias antes do segundo turno das eleições, em um momento no qual "a Suprema Corte busca conter a disseminação de desinformação e retórica antidemocrática (…), muitas vezes provocando a ira da base de Bolsonaro".

Le Monde - Para o jornal francês "Le Monde", o episódio foi "um transbordamento de rara violência que diz muito sobre o estado de tensão que agita o Brasil, uma semana antes do segundo turno das eleições presidenciais".

El País - Para o espanhol "El País", o caso provocou uma escalada das tensões pré-eleitorais. "O incidente causou profunda preocupação na reta final da corrida presidencial, a campanha mais polarizada em décadas", relatou.

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