O Brasil é o país onde cursar o ensino superior aumenta mais as chances de empregabilidade e de ter salário maior. É o que mostra uma comparação de dados brasileiros, feita pelo IBGE, com os das nações que integram a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Enquanto uma pessoa com o diploma de graduação no Brasil ganha 2,5 vezes mais do que alguém com ensino médio, a média na OCDE, para um conjunto de 46 países (36 membros + 10 afiliados), é de 1,6 vezes mais.
Os dados são do relatório Um Olhar sobre a Educação do organismo internacional e integram a Síntese de Indicadores Sociais 2018, divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE.
— A causa do prêmio pode ser resultado de reserva de mercado. Mas o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo, então isso se reflete no mercado de trabalho. A desigualdade acarretada pelo diploma é mais intensa no Brasil do que em outros países da OCDE. Ela te dá uma vantagem na fila do emprego — analisa Betina Fresnada, coordenadora de População e Indicadores Sociais do IBGE.
No entanto, o lento ritmo de incremento do acesso ao ensino superior não foi suficiente para garantir o aumento da escolaridade da população brasileira compatível com a que já foi alcançada pela maioria dos países analisados no relatório da organização internacional.
No Brasil, a proporção de pessoas de 25 a 64 anos com pelo menos o ensino superior, em 2017, era de 17%, enquanto esse mesmo indicador para países membros da OCDE era de 30,3%, em média.
Mesmo para um grupo etário mais jovem, a distância entre o Brasil e a média dos países da OCDE permanece elevada. O percentual de pessoas de 25 a 34 anos com ensino superior completo em 2017 era de 19,7% no Brasil, praticamente a metade do percentual médio da OCDE (36,7%).
Com relação ao acesso à pré-escola, o Brasil está perto da média dos países da OCDE. A proporção de crianças com 4 anos de idade frequentando escola ou creche no Brasil era de 87,1% em 2017. Na comparação com países da organização, fica imediatamente abaixo da média (88%), ocupando o 27º lugar entre 35 países, à frente de Chile, Finlândia e Estados Unidos, por exemplo.
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Redação iBahia
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