O recorde de 6 milhões de turistas estrangeiros em um único ano, atingido pelo Brasil na última quinta-feira (5), é a confirmação de que os investimentos em eventos globais produzem efeitos positivos no turismo. A avaliação é do presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Flávio Dino. Segundo ele, o resultado está diretamente relacionado com a Copa das Confederações e com a Jornada Mundial da Juventude, que ocorreram este ano e atraíram cerca de 200 mil estrangeiros ao Brasil, no total. “Esse número ajuda nessa fase de preparação da Copa do Mundo, para mostrar que é possível obter retorno econômico direto advindo desses eventos globais, e ajuda para que outros eventos sejam feitos no Brasil”, disse Dino à Agência Brasil. Para 2014, a expectativa da Embratur é chegar perto da marca de 7 milhões de turistas estrangeiros, com a meta de 600 mil visitantes de outros países na Copa do Mundo. De janeiro a outubro, os brasileiros gastaram US$ 21,251 bilhões em viagens internacionais, enquanto os estrangeiros deixaram no país US$ 5,575 bilhões, apesar de haver um equilíbrio entre o número de turistas que entram e saem do país. Para Dino, o número se explica pelo perfil de gasto dos turistas. Enquanto os estrangeiros têm gastos tipicamente com turismo - restaurantes, shows, bares, hotéis, lembrancinhas, souvenirs - os brasileiros vão ao exterior fazer compras. “O brasileiro gasta muito lá fora porque faz muita compra de roupa, enxoval de bebê, de casamento, objetos de casa. O que está desequilibrando a conta são esses gastos com produtos. Se fosse possível isolar o gasto tipicamente com turismo, iríamos ter um equilíbrio”, explica Dino. O que motiva as compras no exterior, na avaliação do presidente da Embratur, são questões macroeconômicas ligadas à competitividade brasileira. Até o fim do ano, os turistas estrangeiros devem deixar no país cerca de US$ 6,8 bilhões, o que equivale ao volume de faturamento de indústrias importantes como a de papel e celulose. A expectativa para o ano que vem, com a Copa do Mundo é passar de US$ 7 bilhões de arrecadação com a visita de estrangeiros. Para que não haja queda no número de turistas depois da Copa, Dino avalia que é preciso continuar investindo em políticas de desoneração tributária e trabalhando com o setor privado para evitar práticas de preços abusivos. Ele lembra que o turismo deve ser visto não apenas como uma atividade de lazer, mas como um tipo de exportação. “Quando um turista vem ao Brasil e toma um guaraná ou come uma comida, isso equivale àquele produto ser exportado, com a vantagem de que ele não precisa sair daqui”, compara.
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