Rede de lojas responde à suspensão de Pacto contra escravidão

Após ser suspensa e colocada na 'lista suja' do Pacto Nacional pela Erradicação de Trabalho Escravo, a rede de lojas de roupas Marisa divulgou um posicionamento à imprensa, em que afirma que continua com o seu programa de responsabilidade social, independente da medida. A empresa foi inserida na lista após ser flagrada utilizando mão de obra escrava em março de 2010, quando foram encontrados bolivianos, incluindo um menor, e um peruano em condições análogas à de escravos. A Marisa afirmou que é favorável à "lista suja" e ao Comitê Gestor do Pacto, e que "considera importante instrumento para erradicação do trabalho escravo no país". Independente da suspensão, a empresa declarou que reforça seu apoio aos princípios do Pacto.Entretanto, a rede de lojas questiona a constitucionalidade da Portaria Interministerial que regula a lista e os critérios para a inclusão de empresas na mesma. A empresa considera que estes critérios "afrontam os princípios constitucionais da ampla defesa, do devido processo legal e da presunção de inocência". Segundo o posicionamento divulgado, a empresa realizou mais de duas mil auditorias desde 2010 e também investiu na criação de um departamento interno para rastreamento das peças de vestuário na cadeia produtiva de seus fornecedores, com o objetivo de ter conhecimento sobre as condições de trabalho da mão de obra empregada pelos mesmos. A Marisa também citou que é uma das fundadoras da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX) e uma das idealizadoras de seu Programa de Qualificação de Fornecedores. A rede de lojas também declarou que acredita que "contribui para a profissionalização do setor quando se mostra disposta a suspender, e até mesmo a encerrar relações comerciais com fornecedores que deixem de se adequar aos princípios de responsabilidade social".