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'Se não houvesse mandatos, já tinha degolado tudo', diz Bolsonaro

Presidente listou filmes e séries sobre sexualidade que, segundo ele, não deveriam ser aprovados pela agência

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Redação iBahia

15/08/2019 às 21:34 • Atualizada em 31/08/2022 às 9:24 - há XX semanas
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O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira, num vídeo transmitido ao vivo nas redes sociais, que já teria "degolado tudo" caso a Ancine não "tivesse, em sua cabeça toda, mandatos". Hoje, a diretoria colegiada da agência tem três pessoas com mandatos de quatro anos.

Procurada, a Ancine não respondeu à declaração. O diretor-presidente do órgão, Christian de Castro, mantém o silêncio desde que Bolsonaro ameaçou extinguir a agência, em julho.

O presidente voltou a dizer que não vai impor censura no cinema brasileiro, mas criticou projetos aprovados para captação via Lei do Audiovisual ou por meio de editais. A maioria envolve temas como sexualidade.

Cena do curta-metragem 'Afronte' Foto: Divulgação

Entre as obras citadas por Bolsonaro está o curta-metragem universitário "Afronte", de Marcus Azevedo e Bruno Victor, um docudrama sobre a realidade vivida por negros e homossexuais do Distrito Federal. Foi exibido no Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade e no Festival de Brasília.

— Confesso que não entendi por que gastar dinheiro público com esses filmes. Não estou perseguindo ninguém. Cada um seja feliz como quiser. Mas gastar dinheiro público com isso... — afirmou, listando pelo menos outras três obras com temática LGBT, como "Religare queer", série sobre uma "ex-freira lésbica".

Filmes 'impróprios'

Nesta quarta-feira, Bolsonaro se reuniu com o ministro da Cidadania, Osmar Terra, para discutir o decreto que irá transferir a Ancine do Rio para Brasília.

— O pessoal tem mandato. Se o pessoal se adequar ao que nós queremos, dá para mantê-la — afirmou ele, após o encontro.

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O presidente disse que, na reunião, Terra mostrou nomes de filmes que ele considera impróprios para receber dinheiro público, diretamente ou por renúncia fiscal, mas voltou a negar que uma restrição no financiamento signifique censura:

— Não existe. Como já falei para vocês, essa questão de recurso público, se entra renúncia fiscal ou não, a gente não pode aceitar qualquer coisa. Ele ficou de me dar os nomes dos filmes propostos. Não vou falar aqui porque estou com vergonha, talvez eu fale na live de quinta-feira a proposta de uns filmes para fazer via Ancine que pelo amor de Deus.

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