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Traficantes invadem terreiro e fazem churrasco de Dia das Mães

Esta é a terceira vez que o terreiro, existente há 15 anos, é invadido por traficantes

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Redação iBahia

13/05/2019 às 8:55 • Atualizada em 31/08/2022 às 8:20 - há XX semanas
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O terreiro de candomblé de Ogunzinho, no Rio de Janeiro, foi invadido por traficantes na tarde do último domingo (12). Segundo relato de um filho do terreiro, homens armados de fuzis arrombaram a porta lateral do imóvel e fizeram um churrasco no local para comemorar o Dia das Mães. No momento da invasão, no entanto, o templo religioso estava vazio.
Esta é a terceira vez que o terreiro de Ogunzinho, existente há 15 anos, é invadido por traficantes. A primeira foi em 2017, quando houve depredação de artigos religiosos e ameaças aos frequentadores do local. Na segunda vez, em março deste ano, os criminosos foram além. Além de depredar novamente imagens de santos e móveis do espaço, o grupo saqueou a casa de Ogunzinho, pai de santo que residia na casa anexa ao terreiro. E picharam em um muro próximo ao local: "Jesus é o dono do lugar". Após o segundo ocorrido, ainda em março, os religiosos foram ao local escoltados por policiais do 20° Batalhão de Polícia Militar (Mesquita) para buscar objetos no local. Na sequência, trancaram a porta com cadeado. Mas não adiantou.
- É um espaço de 1.200 m², tem RGI (Registro Geral de Imóveis), escritura, Iptu pago em dia, tudo legalizado. Além das manifestações religiosas, o espaço era utilizado para o lazer dos frequentadores, que caiu bastante após as invasões. Hoje somos cerca de 30 pessoas. Sabemos que a intenção dos traficantes é montar um QG no templo - conta um dos filhos do terreiro, que prefere não ser identificado.
O caso foi denunciado à PM que, procurada pela reportagem, ainda não respondeu. Os religiosos estão sendo assessorados juridicamente pela equipe do deputado federal Marcelo Calero (Cidadania). Segundo o deputado, a resposta do poder público diante do caso foi "tímida".
- O que estamos vendo é não só a falta de respeito, mas uma verdadeira ameaça ao patrimônio da religião. Esse caso é bastante simbólico, foi uma tomada de posse pelos traficantes. Fizeram festa, inclusive. A resposta do estado foi tímida. Nós estamos prestando assessoria jurídica, pois acredito que se relevarmos esse caso, um precedente grave será aberto - diz o deputado.

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