Márcio Victor fala sobre origem do bordão 'Música do Carnaval': 'O pagode não tinha esse espaço que tem hoje'

É impossível pensar em música do carnaval e não lembrar de Márcio Victor, comandante do grupo Psirico que embalou muita gente com hits na folia baiana.

Porém, nem sempre foi assim. Em entrevista ao iBahia, o artista falou sobre o início da carreira e relembrou como surgiu o bordão "Música do Carnaval", que chegou a parar na faixa "Todo Mundo Vai", de Ivete Sangalo.

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Só no Bahia Folia, o grupo de Márcio Victor faturou quatro prêmios no carnaval com as músicas "Mulher Brasileira (Toda Boa)", em 2008, "Lepo Lepo", em 2014, "Tem Xenhenhem", em 2015, e "Elas Gostam (Popa da Bunda)", de 2018.

"Música do Carnaval foi através de uma proibição. O pagode não tinha esse espaço, o pagode não tinha essa abertura comercial que tem hoje', iniciou o cantor.

"Eu me sinto feliz quando eu vejo qualquer banda de pagode existindo ou qualquer cantor, quando eu vejo que Luísa Sonza vem para o Festival de Verão e coloca pagodão ali dentro, naquela pegada top", continuou.

"Uma vez não fez não quando eu ganhei [um prêmio de] banda revelação, eu cheguei a reclamar isso na premiação, que o Psirico não era uma banda de pagode era um samba pop percussivo e que a gente adota o nome de pagode porque é o diálogo que a gente tem, graças a Deus, que é Cardi B, Anitta, é baiana System, ÀTTØØXXÁ, Luedji, todo mundo gosta hoje", completou.

Márcio ainda relembrou o sucesso de "Lepo Lepo" que tomou conta do Brasil durante o carnaval de 2014 e rebateu falas de que o Psirico não conseguiria se sustentar no mercado.

"Foi com 'Lepo Lepo' que o pagode rompeu fronteira. Diziam para mim que a gente nunca ia passar do eixo Feira de Santana, disseram 'Você Vai Ficar na Bahia'. Quando eu vejo essas representações no mundo inteiro, do ritmo que a gente brigou [para ter espaço] é exatamente como o lance da música do Carnaval, dizia, pra gente que a gente nunca ia ganhar", revelou.

"E aí veio quatro [prêmios] aqui no Bahia Folia, mas outros que eu fiz como compositor e isso virou uma vontade da gente de ter uma música que representasse e que essas pessoas que disseram não pra gente entendessem que nunca deve travar, nem dizer não para o sonho de ninguém. Então a gente insistiu nisso e graças a Deus virou até um bordão", finalizou Márcio Victor.

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