Baiano que se internou na UTI se casa com técnica de enfermagem

Tudo poderia ser mais sofrido para o baiano de Salvador, Jônatas, que descobriu que sofria de Miocardiopatia Hipertrófica, uma doença que dificulta os batimentos, e precisou ser transferido para um hospital em Fortaleza. Mas em boa parte do processo ele encontrou a ajuda especial da técnica de enfermagem Elys. Em entrevista ao Fantástico, a mãe de Jônatas contou que descobriu que o filho era cardiopata quando ele tinha 5 anos de idade. O pai, dois irmãos e a irmã do baiano, tinham o mesmo problema. "Meu filho mais velho morreu em 97, teve morte súbita. O pai morreu no dia 30 de dezembro e outro filho 27 de janeiro faleceu", contou Maria Ercília. Em 2012, a irmã tentou o transplante, mas morreu esperando na fila.

"Ela passou em frente ao leito que eu estava e naquele momento que ela passou e sorriu pra mim eu já senti algo", contou Jônatas.

Em 2015, aos 33 anos, Jônatas descobriu que sofria da doença e que a única solução era o transplante de coração. "O médico me disse: 'Olha, você tem a opção de escolher entre o Incor (Instituto do Coração), em São Paulo, e o Messejana, aqui em Fortaleza'. O desejo do meu coração era vir pra Fortaleza, para me sentir mais em casa", contou Jônatas. Pouco tempo antes da viagem, o baiano teve um derrame e ficou internado em estado grave na capital da baiana e teria que ser transferido para o hospital de Fortaleza com urgência, mas ao chegar lá, constataram que não tinha vaga e teve que ser transferido para um hospital particular, onde Elys trabalha, mas não era seu horário normal de expediente. "Na saída, uma colega falou comigo: 'Elys, amanhã eu não vou poder vir, você pode ficar no meu plantão?'", disse a técnica em enfermagem. "Ela passou em frente ao leito que eu estava e naquele momento que ela passou e sorriu pra mim eu já senti algo", contou Jônatas. "Eu passei a visitá-lo e no inicio de realmente ajudá-lo. Era uma pessoa que estava fora do seu estado. Não conhecia nada, nem ninguém", detalhou Elys. Pouco tempo depois Jônatas melhorou, foi para o quarto e as visitas continuavam.

"Eu tive a sorte de encontrar dois corações. O coração que eu precisava para o transplante e o do amor da minha vida", se declarou Jônatas

Quando surgiu a vaga no hospital de Messejana, Jônatas foi transferido, Elys continuou por perto e o namoro começou. O baiano esperou por três meses o transplante. "Ele teve uma longa espera. Ele foi transplantado na sétima tentativa", contou João David de Souza, coordenador da unidade de Transplantes do Hospital de Messejana. Após a cirurgia, Jônatas passou por um susto quando os médicos perceberam que o coração transplantado não batia e ele ficou por 24 horas com um artificial até que o problema foi resolvido. Em seguida, ele teve que lutar contra uma infecção. Elys largou tudo para cuidar do amado. "Deixei o emprego. Aí foi quando ele complicou muito e aí ele me pediu para não deixá-lo só", disse Elys. "Elys foi um anjo que Deus colocou em nossas vidas. Não foi fácil nossa luta aqui em Fortaleza. E essa menina fez tudo por ele sem pedir nada em troca. E ela se tornou uma filha para mim", contou emocionada a mãe de Jônatas.

Os dois se casaram no começo do mês de outubro

Recuperado, o baiano se casou com Elys no começo do mês de outubro. "Agora é ser feliz e construir nossa família", disse Elys. "Eu tive a sorte de encontrar dois corações. O coração que eu precisava para o transplante e o do amor da minha vida", se declarou Jônatas.