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Cineclube Glauber Rocha estreia com sessão lotada e homenagem

Jornalistas, cineastas, estudantes e apaixonados por cinema compunham o público que esteve no Espaço Itaú de Cinema para prestigiar o projeto

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07/05/2014 às 15:00 • Atualizada em 02/09/2022 às 3:30 - há XX semanas
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A sessão inaugural do Cineclube Glauber Rocha não poderia ter sido mais emocionante. Dedicada à memória do jornalista e crítico de cinema João Carlos Sampaio, a estreia do projeto aconteceu na noite da última terça-feira (6) e foi especialmente marcante para cinéfilos e demais apreciadores do filme 'Laranja Mecânica', de Stanley Kubrick, que lotaram a primeira exibição. Os ingressos vendidos R$ 1 e R$ 0,50 esgotaram em pouquíssimas horas.
Jornalistas, cineastas, estudantes e apaixonados por cinema compunham parte do público que esteve no Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha para prestigiar o lançamento do Cineclube. Fizeram questão de estar presentes ainda mãe, irmã e primos de João Carlos Sampaio, que faleceu na última sexta-feira (6), em Recife, onde estava para cobrir o Festival de Cinema de Pernambuco. Antes de a sessão começar, a professora Antonilda Miranda da Silva falou sobre o amor do filho pelo que fazia e agradeceu a homenagem. "Meu filho levou 44 anos em nossa companhia e deixou um legado tão grande e bonito, maior do que homens que vivem 100 anos e não deixam legado igual. Morreu trabalhando, em um estado que admirava", declarou Dona Antonilda emocionada. "João foi fisicamente, mas espiritualmente ele continua conosco", concluiu. João Carlos Sampaio seria o crítico a mediar o debate, após exibição do filme. Exibido em cópia restaurada, 'A Clockwork Orange', em título original, é um dos grandes clássicos do cinematografia internacional e uma das obras mais significativas do universo criativo do diretor. O longa-metragem conta a história de Alex DeLarge, líder de uma gangue de delinquentes, que é preso e condenado a 14 anos de prisão após cometer uma série de graves delitos, entre eles assassinato e estupro. Assista a um trecho do filme no player abaixo:[youtube faML0QvVb2A]Incentivar a cinefilia do público baiano e resgatar a valorização da qualidade de exibição são as propostas do projeto, idealizado pelos cineastas Cláudio Marques e Marília Hughes, que assumem também a curadoria dos filmes exibidos. Segundo os cineastas, o grande diferencial do Cineclube está na exibição de obras elementares ao cinema brasileiro e mundial, quase sempre vistas em DVD, na televisão ou em telas de computadores. A ideia é proporcionar ao público as melhores condições possíveis para apreciação do filme.
Cláudio Marques, um dos curadores e idealizadores do Cineclube
"Nós sempre trazemos produções antigas para dentro do cinema, mas sentíamos falta de uma projeção regular na cidade, que não ficasse restrita apenas ao festival de cinema que realizamos todos os anos. Para a gente, é muito importante trazer os clássicos e revê-los em boas condições. Um bom som, com uma excelente projeção, no sentido de aproximar ao que o realizar pensou naquele momento", explica Cláudio Marques. Além de ser uma tentativa de resgatar o cineclubismo em Salvador, que abrigou o Clube de Cinema da Bahia, um dos mais importantes e tradicionais cineclubes brasileiros, comandado por Walter da Silveira, o Cineclube Glauber Rocha foi criado para ser um espaço de exibição e discussão de obras nacionais e internacionais. "A ideia é resgatar os filmes, mas também o hábito de se encontrar, conversar, discutir, produzir pensamento através do cinema", pontua Marques. "O projeto é bastante acessível. Nós temos o apoio do Fundo de Cultura do Estado para trazer as cópias e ter esse baixo custo para o público. É para seduzir mesmo, para que as pessoas não tenham desculpa. Só não vem se não quiser ou se não achar ingresso", brinca Marília Hughes e torce: "Espero que o sucesso continue, que essa vontade de ver os filmes perdure com os próximos". Segundo a cineasta, os filmes estão sendo escolhidos aos poucos e a grande maioria está relacionada a diretores importantes. A iniciativa terá periodicidade quinzenal e realizará 20 sessões ao longo do ano. Até a Copa do Mundo, serão exibidas mais duas sessões com 'Era Uma Vez Em Tóquio' (1972), de Yasujirô Ozu, um dos mais influentes diretores do mundo, e o franco-japonês 'Hiroshima, Meu Amor' (1959), um drama dirigido pelo cineasta Alain Resnais. No segundo semestre, o projeto será retomado e, além das sessões, será realizada também uma oficina gratuita de cinema. A exibições serão sempre às terças-feiras, 20h. Cinéfilos comentam importância do Cineclube Glauber Rocha: [youtube h_FNATI-rtE] Próximas sessões: Terça-feira, 20 de maio Era Uma Vez Em Tóquio (1972) Direção: Yasujirô Ozu Um casal de idosos deixa sua filha no campo para visitar os outros filhos em Tóquio, cidade que eles nunca tinham ido. Porém os filhos os recebem com indiferença, e estão sempre muito atarefados para terem tempo para os pais. Apenas a nora deles, que perdeu o marido na guerra, parece dar atenção aos dois. Quando a mãe fica doente, os filhos vão visitá-la junto com a nora, e complexos sentimentos são revelados. [youtube ogCrFMcWCm0] Terça-feira, 3 de junho Hiroshima, Meu Amor (1959) Direção: Alain Resnais Hiroshima, 1959. Uma atriz francesa casada veio de Paris para trabalhar num filme sobre a paz. Ela tem um affair com um arquiteto japonês também casado, cuja esposa está viajando. Nos dois dias que passam juntos várias lembranças vêm à tona enquanto esperam, de forma aflita, a hora da partida dela. Por ter amado um inimigo ela foi aprisionada por sua família numa fria e escura adega e agora, 14 anos depois, novamente sente o gosto de viver um amor quase impossível. [youtube rQ8p_dd84ns] *Com orientação e supervisão de Márcia Luz

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