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Filme "Que Horas Ela Volta?" representará o Brasil no Oscar

O longa, lançado no dia 27 de agosto, concorreu com outros sete filmes; anúncio foi feito nesta quinta-feira (10) pelo MinC

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10/09/2015 às 13:44 • Atualizada em 28/08/2022 às 5:49 - há XX semanas
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O filme "Que Horas Ela Volta?", dirigido por Anna Muylaert e estrelado por Regina Casé, será o representante brasileiro no Oscar 2016. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (10) pelo Ministério da Cultura (MinC). O longa, lançado no dia 27 de agosto, concorreu com outros sete filmes: "A história da eternidade", de Camilo Cavalcante; "Alguém Qualquer", de Tristan Aronovich; "Campo de Jogo", de Eryc Rocha; "Casa Grande", de Fellipe Barbosa; "Entrando Numa Roubada", de André Moraes; "Estranhos", de Paulo Alcântara; e "Estrada 47", de Vicente Ferraz.

A empregada doméstica Val (Regina Casé), que sai de Pernambuco para trabalhar em São Paulo, e mora por treze anos na casa dos patrões; chegada da filha muda estado das coisas (Foto: Reprodução)

Na trama, a pernambucana Val (Regina Casé) se muda para São Paulo a fim de dar melhores condições de vida para sua filha Jéssica. Com muito receio, ela deixa a menina no interior de Pernambuco para ser babá de Fabinho, morando integralmente na casa de seus patrões. Treze anos depois, quando o menino (Michel Joelsas) vai prestar vestibular, Jéssica (Camila Márdila) lhe telefona, pedindo ajuda para ir à São Paulo, no intuito de prestar a mesma prova. Os chefes de Val recebem a menina de braços abertos, só que quando ela deixa de seguir certo protocolo, circulando livremente, como não deveria, a situação se complica. "Que Horas Ela Volta?" passará agora pela avaliação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que selecionará nove produções estrangeiras, considerando os pré-indicados. Desse grupo, saem os cinco finalistas. O vencedor é anunciado no dia da festa do Oscar em Hollywood, Estados Unidos.
O crítico de cinema Rodrigo Fonseca, membro da Comissão Julgadora, justificou o porquê da indicação do filme e sobre como ele reflete uma nova realidade vivida no Brasil. "Sobre a linguagem, o que este filme faz é mostrar como fica o afeto dessas classes (domésticas e empregadores). Nesse ponto, ele é um filme muito singular. Uma das coisas ditas na reunião é que esse filme consegue discutir a questão econômica e política e falar desse arranjo social sem fazer discurso, sem fazer plenária. Ele não é um panfleto. O filme fala de afeto que também levanta os tópicos sociais", explica. Compuseram a comissão da seleção o cenógrafo e produtor Marcos Flaksman; o crítico de cinema Rodrigo Fonseca; o diretor Daniel Rodrigues da Silva Ribeiro; o chefe da Assessoria Internacional da Agência Nacional de Cinema (Ancine), Eduardo Novelli Valente; o chefe do Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores, George Torquato Firmeza; e a sócia-membro da Academia Brasileira de Cinema Silvia Rebello. PolêmicaDurante a exibição do filme no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, em Recife, uma polêmica envolvendo os cineastas pernambucanos Cláudio Assis e Lírio Ferreira tomou conta das redes sociais. O caso aconteceu na noite do dia 29 de agosto, no momento de debate da plateia com a diretora do filme, Anna Muylert. De acordo com o público, os dois cineastas entraram juntos com a diretora na sala durante a sessão, portando garrafas de cerveja. Cláudio Assis não deixou Anna sentar na cadeira do palco, chamou Regina Casé de "gorda" e o maquiador do filme de "bichona". "O que tinha acabado de ser projetado naquela sala de cinema era um filme sobre protagonismo feminino, sobre dar à mulher o lugar de fala que historicamente lhe foi negado. E aí o filme acaba, se acendem as luzes da vida tal como ela é e neste momento surgem dois homens para interromper a fala de uma mulher diretora", comentou a jornalista Carol Almeida. Em entrevista ao Jornal do Commercio, a diretora Anna Muylaert explicou que os amigos "estavam bastante alcoolizados". "Agiram de maneira infantil e boba, numa atitude de egolatria comum aos homens. Quando viram uma mulher em evidência, precisaram atrapalhar o momento", afirmou ao dizer que o ocorrido serviu para abrir uma discussão maior sobre machismo e preconceito. Muylart, no entanto, disse que não tem intenção de demonizar os dois cineastas. "O machismo é um tema levantado recorrentemente em todos os lugares que frequento. Em países da Europa, em várias cidades do Brasil que tenho visitado, o assunto sempre vem à tona. As mulheres não aguentam mais. Estamos todas por um fio", desabafou.
Últimas indicações Desde 1962, 45 filmes brasileiros já foram inscritos para o Oscar e apenas quatro conseguiram ser indicados: "O Pagador de Promessas", "O Quatrilho", "O Que é Isso, companheiro?" e "Central do Brasil". Nenhum deles ganhou o prêmio. O filme "Orfeu Negro", produção conjunta de Brasil, Itália e França, dirigida pelo francês Marcel Camus, levou o Oscar, mas concorreu pela França. "O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias", de Cao Hamburger, foi pré-indicado pela Academia, que o considerou um dos nove melhores entre os 63 filmes inscritos em 2008, mas não conseguiu ficar entre os cinco finalistas.
Os filmes brasileiros selecionados para concorrer à indicação nas últimas seis edições do Oscar foram: "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho", de Daniel Ribeiro (2015); "O Som ao Redor", de Kleber Mendonça Filho (2014); "O Palhaço", de Selton Mello (2013); "Tropa de Elite 2: o Inimigo agora é Outro", de José Padilha (2012); "Lula, o filho do Brasil", de Fábio Barreto (2011); e "Salve Geral", de Sérgio Rezende (2010). Assista ao trailer oficial de Que Horas Ela Volta:
Correio24horas

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