Até o dia 25 de março, acontece a mostra '50 Anos do Golpe Militar', que conta com a exibição gratuita dos filmes 'Vou Contar para Meus Filhos', 'Manhã Cinzenta', 'Mesa Vermelha' e 'Hércules 56'. Parte do projeto 'Terças na Tela' do Circuito Popular de Cinema e Vídeo, a ação acontece sempre às terças-feiras, 20h, nos Espaços Culturais SEcultBA da capital e do interior do estado, nas cidades de Juazeiro, Alagoinhas, Feira de Santana e Santo Amaro. Em Salvador, a programção está em cartaz no Centro Cultural Plataforma, no Cine Teatro Solar Boa Vista, em Brotas, e no Espaço Cultural Alagados. Vale lembrar que esta edição está está vinculada ao tema 'Autoritarismo e Democracia no Brasil e na Bahia (1964 – 2014)', que marcou a primeira edição do Fórum do Pensamento Crítico em 2014. Em
Vou Contar para Meus Filhos, filme que abre a mostra, 21 ex-presas políticas da Colônia Penal Feminina do Bom Pastor, em Recife, se reencontram depois de 40 anos e relembram suas militâncias na época da ditadura. Com 30 minutos de duração, o documentário tem direção da fotógrafa e jornalista Tuca Siqueira, numa co-produção da Garimpo Audiovisual e Comunicação e da Cabra Quente Filmes. [youtube h5A0AxUpcWI] O filme de 1968,
Manhã Cinzenta, censurado em seu lançamento e exibido apenas em sessões secretas, tem direção do cineasta baiano Olney São Paulo e conta a história de um casal de estudantes que segue para uma passeata onde o rapaz, um militante, lidera um comício. Eles são presos durante a manifestação, torturados na prisão e sofrem um inquérito absurdo dirigido por um robô e um cérebro eletrônico. Os negativos e cópias do filme foram confiscados em 1969, mas uma das cópias foi salva e permaneceu escondida por 25 anos na Cinemateca do MAM, no Rio de Janeiro.
Mesa Vermelha é mais um documentário com direção de Tuca Siqueira, narrado a partir de depoimentos, lembranças e denúncias de 23 ex-presos políticos da ditadura militar em Pernambuco. Eles estiveram detidos durante dez anos, de 1969 a 1979, entre a antiga Casa de Detenção, lugar que hoje abriga a Casa da Cultura, e a Penitenciária Professor Barreto Campelo. O filme retrata a convivência, as diferenças, os rachas, as greves de fome e o sentimento de solidariedade existente entre eles. Em 1969, durante a ditadura militar, o avião militar
Hércules 56 transportou para o exílio os presos políticos que foram trocados pelo embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, que havia sido sequestrado por organizações de extrema-esquerda. Dirigido por Sílvio Da-Rin, o documentário leva o mesmo nome do avião e retrata esse episódio da história do Brasil. [youtube Plz0myNOpcU]