Comédia dramática, Joy conta a história de uma mulher que inventou um esfregão. Sim, um esfregão. Tem inúmeras camadas de algodão, flexibilidade e o único que é reutilizável, depois de ir à máquina de lavar.Isto poderia ser tão interessante no cinema quanto a vida sexual das borboletas caso não se tratasse da história (baseada em fatos) da americana Joy Mangano, uma mulher que durante 17 anos se esquece dos seus sonhos e capacidades para ser o pilar de uma família complicada - e que depois se torna a chefe de uma empresa milionária graças ao inovador esfregão.
Depois de O Lado Bom da Vida (2012), que rendeu o Oscar de melhor atriz para Jennifer Lawrence, e Trapaça (2013), David O. Russell e a maior estrela feminina da nova geração de Hollywood se reencontram num filme com alguns problemas no roteiro e no ritmo, mas que reitera o enorme carisma da loirinha e a habilidade do diretor em escalar elencos.Topo de Hollywood - Atriz mais bem paga do mundo, atualmente, de acordo a revista Forbes, com ganhos anuais de US$ 52 milhões, Jennifer, 25 anos, continua a ser o foco de todos os filmes que protagoniza, por mais que Russell goste de colocar Bradley Cooper para contracenar com ela.A estrela da franquia adolescente Jogos Vorazes não tem dificuldade alguma em entrar na pele da oprimida Joy. O problema é que o roteiro passa tempo demais privilegiando os problemáticos parentes que sufocam a personagem e, então, quando sua ascensão acontece, o clima parece forçado.Por conta disso e da opção narrativa de David O. Russell, personagens de coadjuvantes carismáticos como os de Robert De Niro, Isabella Rossellini e Dianne Ladd surgem na primeira metade do longa-metragem como adereços para a protagonista.Na segunda metade, contudo, o diretor expande a história e a dinâmica entre os personagens e consegue bons momentos de realização e diálogos. Bradley Cooper é bem secundário, mas a aparição inicial do seu personagem é muito boa.Águas de março - Para os brasileiros, em especial, Joy reserva uma curiosidade pop que tanto pode ser licença poética quanto desinformação dos roteiristas, o que não seria incomum.Um personagem venezuelano canta Águas de Março em espanhol e associa o clássico ao seu país, como se fosse uma canção típica do nosso vizinho sul-americano. Felizmente, ele não cita Tom Jobim.
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade