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CINEMA

Relembre os filmes que tiveram Salvador como cenário principal

De 'Redenção' a 'Trampolim do Forte', a capital baiana também serviu de cenário em 'Ó Paí, Ó', 'Dona Flor e Seus Dois Maridos' e 'O Pagador de Promessas'

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22/03/2016 às 12:00 • Atualizada em 26/08/2022 às 20:33 - há XX semanas
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O ano de 1958 marcou o início uma nova era para a cinematografia baiana. Começava ali o Ciclo Baiano de Cinema, quando os primeiros filmes de longa-metragem passam a ser produzidos na Bahia. Redenção (1959), de Roberto Pires, inaugura essa idade moderna em Salvador, que se estende até 63. De lá pra cá, produção cinematográfica baiana se expandiu e diversos filmes foram lançados.
Em muitas dessas produções, os soteropolitanos não estavam apenas na plateia, mas também nas imagens do filme projetado nas telas dos cinemas. Confira abaixo filmes clássicos e contemporâneos que trazem a capital baiana como cenário e personagem principal. Trampolim do Forte (2013)Um filme de João Rodrigo Mattos, 'Trampolim do Forte' conta a história de Déo (Lúcio Lima) e Felizardo (Adailson dos Santos), dois garotos pobres que moram em Salvador e ganham a vida vendendo picolés para ajudar na renda familiar. Em meio a situações que caberiam na vida de um adulto, não na rotina de uma criança, eles encontram no Trampolim do Forte a sua válvula de escape. Fieis frequentadores da praia do Porto da Barra, Felizardo e Déo veem no trampolim, um lugar mágico onde buscam a força necessária para enfrentar as suas duras realidades. Luís Miranda, Zéu Brito e Marcélia Cartaxo integram elenco da produção. [youtube Cq5g2bLCyOc] Quincas Berro D'Água (2012)Rei dos botecos, bordéis e gafieiras da Bahia, o ex-funcionário público Quincas Berro d’Água é encontrado morto em sua cama. Inconformados com sua morte, seus melhores amigos roubam o corpo e o levam para uma última noite regada a festa e muita bebida. Em meio a mil confusões, Quincas "vive" a sua segunda e definitiva morte, desta vez como sempre sonhou. Estrelada por Paulo José, a comédia dramática é uma adaptação do livro 'A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água, de Jorge Amado, com direção de Sérgio Machado. Também integram o elenco Marieta Severo, Mariana Ximenes e Milton Gonçalves, além dos baianos Vladimir Brichta, Frank Menezes e Luís Miranda. [youtube Ph14cRyrS3o] Capitães da Areia (2011) Dirigido por Cecília Amado, neta de Jorge Amado, 'Capitães da Areia' é a adaptação de um dos romances mais conhecidos do escritor baiano. O filme aborda a vida de meninos abandonados que viviam em um trapiche na década de 1930. Pedro Bala (Jean Luís Amorim) é o líder deste bando, constantemente perseguido pela polícia, devido à série de assaltos que praticava nas ruas de Salvador. Nem um pouco acostumados à presença de uma mulher, os garotos veem sua rotina mudar quando conhecem Dora (Ana Graciela), por quem Bala de apaixona. Lançado em 2011, o filme é considerado o marco inicial das comemorações pelo centenário de Jorge Amado. [youtube VTav_7PbnpU] Jardim das Folhas Sagradas (2011)Com direção e roteiro assinados por Pola Ribeiro, 'Jardim das Folhas Sagradas' é um longa de ficção construído a partir de Bonfim, um bancário bem sucedido, negro e bissexual, casado com uma mulher branca e de crença evangélica. Ele vive na Salvador contemporânea e recebe a incumbência de montar um terreiro de candomblé no espaço urbano. Para isto, enfrentará a especulação imobiliária numa cidade de crescimento vertiginoso, o preconceito racial e a intolerância religiosa. Este homem, embora questione a tradição da própria religião, tem a missão de montar um ambiente sagrado e de respeito à natureza, superando as contradições e conflitos trazidos pela modernidade. [youtube AhFwfL426X4] Ó Paí, Ó (2007)Com roteiro baseado em uma peça de Márcio Meirelles, 'Ó Paí, Ó' é uma comédia musical que narra o cotidiano dos moradores de um animado cortiço no Pelourinho, em Salvador, durante o último dia do carnaval. Entre a falta de dinheiro e o desejo de se divertir, tipos curiosos sobrevivem à custa de muita criatividade, sensualidade e música. Dirigida por Monique Gardenberg, a produção alcançou grande sucesso no Brasil, tornando-se série de TV na Globo. A trilha sonora é assinada por Caetano Veloso e o elenco é estrelado, em sua maioria, por atores do Bando de Teatro Olodum. São destaque as atuações de Lázaro Ramos (Roque) e Wagner Moura (Boca), bem como os meninos Vinícius Nascimento (Cosme) e Felipe Fernandes (Damião), que garantem boa dose de drama ao enredo. [youtube i_3j0NQfYPw] Cidade Baixa (2005)Carregado de expressões populares típicas da Bahia, 'Cidade Baixa' é um premiado filme do cineasta Sérgio Machado. Na trama, Lázaro Ramos é Deco e Wagner Moura, Naldinho, dois amigos que se conhecem desde garotos e ganham a vida fazendo fretes e aplicando pequenos golpes a bordo do Dany Boy, um barco a vapor que compraram em uma parceria. Um dia surge a bela e sedutora Karinna (Alice Braga), uma stripper que deseja arranjar um gringo endinheirado no carnaval de Salvador, a quem a dupla dá uma carona e depois acabam por conviver em uma espécie de vida marginal a três. A trilha sonora é assinada por Carlinhos Brown e Beto Villares. [youtube _B_l3hsR1bQ] SuperOutro (1989)O premiado média-metragem de Edgar Navarro conta a saga tragicômica de um louco, esquizofrênico, o anti-herói brasileiro, cuja missão é voar. Assim como os bons vilões, o ator Bertrand Duarte encarnou de tal forma o personagem, que, durante as filmagens, foi rejeitado pela população na rua, devido a seu aspecto sujo, e chegou a recebeu esmolas. O filme emplacou um jargão conhecido até os dias de hoje: "Acorda Humanidade", retirado de uma fala do protagonista. A produção recebeu ainda menção de Gilberto Gil e Caetano Veloso na canção 'Cinema Novo', uma das faixas do disco 'Tropicália 2'. [youtube nczooqvFHKA] Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976) Dona Flor, sedutora professora de culinária em Salvador, é casada com o malandro Vadinho, que só quer saber de farras e jogatina nas boates da cidade. A vida de abusos e noites em claro acaba por acarretar sua morte precoce, deixando Dona Flor viúva. Logo ela se casa de novo, com o recatado e pacífico farmacêutico da cidade. Com saudades do antigo marido que apesar dos defeitos era um ótimo amante, acaba fazendo com que ele retorne em espírito, que só ela vê. Dirigido por Bruno Barreto, longa é baseado no livro homônimo de Jorge Amado. Por 34 anos, foi recordista de público entre o cinema brasileiro levando mais 10 milhões de espectadores aos cinemas, até ser ultrapassado em 2010 por Tropa de Elite 2. Foi refilmado nos Estados Unidos como Meu Adorável Fantasma (1982) e será refilmado no Brasil em 2014. Em 1998, entrou no ar em formato de minissérie na Globo. [youtube dM4nZGsR-vc] O Pagador de Promessas (1962) Com texto e direção de Anselmo Duarte, 'O Pagador de Promessas' é um drama baseado na peça teatral homônima de Dias Gomes e conta a história de Zé do Burro, um homem humilde que enfrenta a intransigência da Igreja ao tentar cumprir a promessa feita em um terreiro de candomblé. Dono de uma pequena propriedade a 42 quilômetros de Salvador, Zé se vê desesperado ao ver seu melhor amigo, um burro, adoecer após ser atingido por um raio. Com o propósito de salvar o animal, ele promete dividir sua terra igualmente entre os mais pobres e carregará uma cruz desde sua terra até a Igreja de Santa Bárbara, caso o burro se recupere. Com o restabelecimento do bicho, começa a jornada de Zé. Integram elenco: Leonardo Vilar, Gloria Menezes, Norma Bengell, Othon Bastos e Antonio Pitanga. [youtube CgVKYRyAnIU] Bahia de Todos os Santos (1960) Salvador, década de 1940. Tônio é um jovem que vive oprimido pela miséria e pelo preconceito. Sua amante, Miss Collins, quer afastá-lo dos companheiros, mas ele envolve-se num conflito entre grevistas e a polícia, terminando por roubar os pertences da amante para ajudar os perseguidos. Insatisfeita nos planos sentimental e sexual, ela o denuncia, comprometendo-o politicamente. Ele é preso e, quando volta para a família, seu drama íntimo permanece. Dirigido por Trigueirinho Neto, o drama psicológico 'Bahia de Todos os Santos' fez parte do movimento considerado precursor do Cinema Novo. [youtube wfMFGi6qafQ] Redenção (1959)Primeiro longa-metragem produzido na Bahia e no chamado Ciclo Baiano de Cinema, Redenção, foi produzido por Roberto Pires com o apoio de Rex Schindler, Braga Neto (que integra o elenco) e Oscar Santana, trabalhando lado a lado na criação. O filme também foi considerado o primeiro a utilizar o formato de tela esticada, conhecido como Cinemascope, no país. Antes de sua estréia, no antigo Cine Guarani, o cinema baiano se restringia aos curtas metragens. Após encontrar uma cópia original da película histórica, Petrus Pires, filho de Roberto Pires, decidiu levar adiante o projeto "Memória Roberto Pires", que inclui a restauração do longa e digitalizar o acervo de mais sete filmes, incluindo A Grande Feira (1961) e Tocaia no Asfalto (1962). [youtube Ye_c_wojhjI]

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