Sob olhares da Agência Nacional do Cinema (Ancine), agentes econômicos do mercado cinematográfico brasileiro entraram em acordo para criar um limite autorregulador para evitar que grandes lançamentos ocupem mais salas de um mesmo estabelecimento do que foi considerado aceitável para distribuidores, produtores e, principalmente, exibidores.E o limite adotado a partir de 1º de janeiro de 2015, de 35%, equivale, em média, ao mesmo que rege o mercado cinematográfico francês, usado como parâmetro desde o início do debate, marcado pela divulgação de uma notícia reguladora, em abril deste ano - o estudo apontava outros pontos a serem discutidos com o processo de digitalização do parque exibidor brasileiro.As assinaturas do termo de compromisso chegam a 23 empresas exibidoras e seis distribuidoras brasileiras. A distribuidora Paris Filmes, responsável por preencher 1,3 mil das 2,8 mil salas do país com Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1, em novembro (que trouxe luz ao debate sobre a criação de limite no número de salas dedicadas ao mesmo filme em cada complexo), está entre as empresas que aceitaram o acordo. Exibidores como Kinoplex Severiano Ribeiro, Cinépolis e Cinemark Brasil também estão de acordo. Os números, segundo Manoel Rangel, diretor-presidente da Ancine, tendem a aumentar. “Houve uma coesão. É uma construção coletiva”, disse ele, em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo. “(Trata-se) de uma medida eficiente porque a Ancine pautou um problema, ofereceu um ambiente para o debate e os agentes construíram um autolimite”.Oito reuniões foram realizadas entre julho e o dia 10 de dezembro, quando a câmara técnica, formada por profissionais do cinema brasileiro, chegou ao relatório final a respeito das questões levantadas pela Ancine em abril.
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