Redação Cinemáticos Os filmes de super heróis, principalmente os da Marvel, claro, têm dado cada vez mais certo no cenário dos blockbusters hollywoodianos. O dinheiro obtido com essas produções tomaram proporções exorbitantes: Guerra Civil já tinha faturado, até o dia 15 de maio, quase 73 milhões de dólares. Com o exemplo da Sony, que quase afundou a franquia do Homem–Aranha, e a própria Fox ter tido o resultado desastroso do Quarteto Fantástico, agora tem em X-Men suas esperanças.Nota-se o cuidado que o estúdio e todos os envolvidos procuram ter com a franquia; de quando em quando caindo em desastres como Wolverine: Origens, mas buscando não perder o diamante que lhes sobrou. O novo filme sobre os mutantes evidencia essa preocupação e certo medo de encaminhar para novos paradigmas o modo de se realizar filmes sobre quadrinhos.O início de Apocalipse, por exemplo, possui a costumeira narração de Xavier falando sobre mutantes; nada nessa sequência é diferente do que já havia sido feito antes. A trilha tem acordes parecidos, o design da abertura pré-créditos e seu pano de fundo são relacionados a aspectos científicos, e o tom da voz do Professor é o mesmo – por pouco não se esquece que agora é James McAvoy e não Patrick Stewart.Seguindo os créditos, um flashback mostra o Egito Antigo e uma sequência de clichês sobre esse local/tempo jorram pelo 3-D da tela. O ápice de pontos fracos do longa ocorrem na cena de abertura. A direção de arte peca nos objetos e figurinos exagerados e teatrais que quebram certa verossimilhança interna cujo propósito seria uma ambientação realista em contraponto com os poderes e fatos ficcionais. O carnaval é tanto que nem os efeitos caprichados e com 3-D bem justificado conseguem puxar o foco, nem esconder tamanha gafe.As cenas de ação, desde o começo, são bem executadas e pensadas. Um exemplo é a sequência da luta de Noturno com o Anjo, que até seu último segundo é dinâmica, bem orquestrada e coreografada, com planos que ajudam a evidenciar o que está e vai acontecer na trama sem precisar ser expositivo. Contudo, a sutileza visual das sequências de ação não são iguais aos diálogos: nem 'Apocalipse Power Rangers' muito apelão, nem o início 'Egito novela das oito'; nada se compara aos diálogos expositivos e piegas – devo ressaltar que X-men os possui em momentos pontuais.Jean Grey chega a dizer "Eu sou telepata", acredite.Ainda que possua falhas, o terceiro longa da nova franquia tem uma evolução que faz valer a pena sua existência a partir do início da sua metade. Primeiramente, o visual das personagens e os atores que foram escolhidos para os papéis principais possuem química, muito mais que os filmes anteriores. O espectador tem grandes chances de torcer mais, vibrar mais e esperar que eles virem o que serão. A preocupação com o início da carreira de Tempestade, o foco na vida de Ciclope (tirando a mácula de ele ser o chatão que atrapalha Logan de ficar com Jean), o furor adolescente, as perdas, os caminhos e as descobertas daqueles que serão os mestres no futuro.Ainda que Magneto tenha perdido certa força – até para abrir mais espaço para as centenas de novas personagens surgindo – suas cenas são sempre muito concisas e fortes. A sequência na qual sua mulher e filha morrem podem envolver o espectador e criar certa empatia pela dor e sede de vingança de Erik.Mas, o ponto alto do filme, assim como em Dias de um Futuro Esquecido, é a cena de Mercúrio. Maior do que a primeira, o momento auge do longa não deixa a desejar e explora cada centímetro da escola de Xavier, usando criatividade e uma trilha mais uma vez casadíssima com a cena.No fim das contas, o filme consegue realizar o propósito que possui, deixando somente a desejar a grandeza que o diretor (Bryan Singer) parece acreditar ter, mas que tem potencial de empolgar os fãs e criar muitos outros por construir com cautela o seu novo universo. Agora, que me dá uma angústia pensar como farão em relação ao Wolverine, dá.
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Redação iBahia
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