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'É Assim que Acaba' já é um fenômeno de bilheteria

'É Assim que Acaba' é um longa baseado na obra da autora Collen Hoover e fala de tabus da sociedade para explorar a complexidade das relações tóxicas

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Marcela Gelinski

10/08/2024 às 18:00 • Atualizada em 10/08/2024 às 18:25 - há XX semanas
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O ser humano tem muitas facetas. E é isso que É Assim Que Acaba nos mostra a cada cena. A super aguardada adaptação cinematográfica do sucesso literário homônimo da autora Colleen Hoover finalmente chega aos cinemas, se tornando rapidamente um fenômeno de bilheteria, levando jovens de todas as idades. E a experiência é válida para quem leu e para quem não leu o livro (como eu mesma, que não tive a experiência literária).


				
					'É Assim que Acaba' já é um fenômeno de bilheteria
Longa é estrelado por Blake Lively e Justin Baldoni. Foto: Divulgação

Blake Lively (Um Pequeno Favor) incorpora a protagonista Lily Bloom, uma jovem que acaba de descobrir o falecimento do pai e não consegue lidar muito bem com o fato, pelo simples motivo de que ela não expressa afeto pelo genitor. O filme vai nos explicar o motivo disso a medida que avança. Em meio ao luto recente, ela conhece Ryle (Justin Baldoni, A Cinco Passos de Você), um neurocirurgião muito atraente com quem ela cruzou em um momento de fragilidade emocional.

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O filme mescla o presente que a personagem vive com as histórias de seu passado, mostrando um caminhar seguro para os eventos que vão surgir lá na frente. A intenção do enredo é que a gente entenda as motivações das personagens e o que as levam a ser do jeito que são.

Ryle e Lily não vivem um romance logo de cara. Isso só vai acontecer mais na frente, quando ela se torna amiga da irmã dele e acabam se reencontrando. A ternura e a intensidade com que o relacionamento avança envolve o espectador completamente. Logo nos apaixonamos pela dupla, não tendo espaço para mais ninguém. Mas, é claro, que existe um terceiro elemento na história. Atlas (Brandon Sklenar, Vice) é alguém do passado de Lily que mudou completamente a sua vida e que ressurge no seu presente.

O amor de Lily e Atlas é antigo. Eles viveram grandes descobertas juntos. Foram amigos, confidentes, apaixonados. Mas isso ficou no passado. Já o amor de Lily e Ryle é palpável, real, presente. Ele é intenso e cheio de possibilidades de futuro. É como um olhar vivido de esperança.

Em tese, É Assim Que Acaba parece ser só mais um romance que vai nos apresentar um triângulo amoroso em que a mocinha tem dificuldades de escolher com quem ficar. Mas a história nos leva para muito além disso. Ela vem para nos mostrar as nuances que as pessoas podem ter. Ninguém é só luz, assim como ninguém é somente sombra. Mas ainda assim, não precisamos aceitar a sombra das pessoas, se isso nos fere.


				
					'É Assim que Acaba' já é um fenômeno de bilheteria
Longa é estrelado por Blake Lively e Justin Baldoni. Foto: Divulgação

Essa é uma história sobre violência contra a mulher. E os caminhos que levam Lily a passar por isso são muito tortuosos e afetivos. Ryle é um cara incrível, amoroso, romântico e dedicado. Ele não tem aquele perfil de agressor padrão que as histórias costumam nos mostrar. Mas ele é, sim, agressivo, e já mostra isso desde o primeiro momento em que entra em cena. Mas, assim como a protagonista, escolhemos ignorar.

Quantas vezes os sinais estão ali e as pessoas escolher olhar para o lado? Ainda que Ryle tenha toda uma história que nos faz entender o motivo de sua agressividade (entender é diferente de aceitar), isso não significa que Lily precisa passar por aquilo. E a necessidade que ela percebe de não repetir o ciclo de sua mãe é um dos momentos de maiores força da personagem.

Preciso tirar aqui o chapéu para a escolha de elenco deste longa. Fui informada que no livro os personagens são jovens, com 20 e poucos anos. Mas isso não faz nenhum sentido na trama, especialmente quando vemos o tipo de vida que as pessoas levam. Além de consertarem esse erro grotesco da autora, tiveram o cuidado de escolher atores que são muito parecidos para representar as diferenças de idades e até mesmo aqueles que são família. E isso fez toda a diferença no resultado final.

É Assim Que Acaba é sobre o choque de realidade de entender que as pessoas não são apenas boas ou ruins. É compreender que podemos amar alguém, ser amados, e ainda assim não querer estar com a pessoa. É sobre a pluralidade do amor e todas as formas que ele se apresenta. É um filme forte, intenso, mas também afetuoso. Nos leva às lágrimas, ainda que nos abrace também. Vale muito a pena conferir no fim de semana!

Veja o trailer do filme "É Assim que Acaba" abaixo:

Imagem ilustrativa da coluna COISA DE CINÉFILO
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