O nome da atriz, poetisa, escritora e cantora Elisa Lucinda já é muito familiar para muitos soteropolitanos. Seu espetáculo “Parem de Falar Mal da Rotina”, que agora comemora 20 anos, já passou por diversos palcos de Salvador, do Brasil e do mundo, em diferentes temporadas e épocas. A peça, que deu origem a um livro de mesmo nome, incorpora ainda poemas de obras da artista, como “O Semelhante” e “Eu te amo e suas estreias”, além de citações de outros livros seus. A montagem cria um ambiente despojado, onde o público é o tempo inteiro convidado a interagir e a construir de maneira muito descontraída essa narrativa. É um diálogo escancarado sobre o que há de singular na rotina. Como diz a própria autora, “A vida é inédita a cada dia”.
Muito carismática, Elisa Lucinda, com muito humor e ironia, redimensiona o olhar sobre a rotina. Empoderada de seus saberes e da observação do cotidiano, ela transpõe para o palco uma série de situações que abordam nossos padrões sociais, comportamentos, reprodução de hábitos, contrastes geracionais, a ilusão das necessidades de consumo, relacionamentos, entre muitas histórias que se repetem como uma espécie de “cárceres diários”. Nesse sentido, somos conduzidos a refletir sobre como os modismos e a atitude de rebanho podem acabar anulando o que há de mais genuíno em cada um de nós.
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A costura desse roteiro vai se entrelaçando como uma espécie de aula-conversa entre amigos, num clima de um encontro em casa, em que cada passagem vai alinhavando aspectos de nossa vida, seja no âmbito pessoal, profissional ou existencial... A atriz molda um painel de reflexões sobre o que podemos fazer para ressignificar a vida, a nossa relação com o mundo, tomar as rédeas da nossa jornada e sobre como os sentimentos alimentados e cultivados ao longo de nossas experiências vão esculpindo em nós as marcas do tempo.
Ao enveredar por assuntos relacionados ao sistema educacional e à educação familiar, toca num ponto muito interessante sobre a necessidade de uma educação mais criativa, humanista e em sintonia com as novas gerações e as demandas contemporâneas. Este e outros temas são atravessados pela sua poesia e pela sua potente veia poética. O festival de ritmos e nuances com o qual a artista vai construindo o espetáculo faz a plateia perder até perder a proporção do tempo de seu monólogo. É tudo tão fluido e cativante, que o desejo é de que não acabe mais. Quer saber por quê? A atriz revela: “Tudo o que você vai ver aqui, eu vi da vida”.
Espetáculo “Parem de Falar Mal da Rotina”
- Quando: domingo, dia 11/09
- Horário: 20h
- Onde: Teatro Castro Alves
- Quanto:R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia), filas A a WR$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia), filas X a Z8R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia), filas Z9 a Z11Classificação indicativa: LivreOs ingressos para o espetáculo podem ser adquiridos na bilheteria do Teatro Castro Alves ou no site e aplicativo da Sympla
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Arlon Souza
Arlon Souza
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