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A solidão lésbica no mundo 'machocentrado'

Gisele Palma dá dicas de como contornar esse problema; a solidão é muito comum entre as lésbicas em uma sociedade cisheteronormativa

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Gisele Palma

04/10/2024 às 15:30 - há XX semanas
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Uma vivência muito comum entre nós, mulheres lésbicas, é a sensação de solitude. Em meio a uma sociedade cisheteronormativa, as nossas pautas, inseguranças, descobertas e afetos parecem ser irrelevantes e nos sentimos desajustadas. Se não reagirmos, a nossa autoestima vai sendo, pouco a pouco, minada. Como combater isso?


				
					A solidão lésbica no mundo 'machocentrado'
A solidão lésbica no mundo 'machocentrado'. ​Foto: Reprodução / Canva Pro

Quando saio com amigas hétero, a palavra “boy” é a que mais escuto. As relações delas com seus alecrins dourados dominam os assuntos entusiasticamente. Mas, mesmo sem ninguém perguntar, eu falo as minhas sapanovidades também.

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Independentemente de quão suculentas sejam as minhas histórias (como quando contei sobre o meu primeiro sexo anal com a minha namorada e sobre um menage com outras duas sapatonas), a reação delas geralmente é ou um “humm” desinteressado ou diversos questionamentos em tom de chacota.

“Como é que dá o cu sendo lésbica?”, “Tem certeza de que você não sente falta de nada?”, “Qual é a graça de usar um pau de borracha?”, “Foi só oral, nem teve sexo?”, “Quem é o homem da relação?”, “O bom é que não passa ISTs”, “Você tem coragem de chupar buceta mesmo?”... Sim, eu já ouvi tudo isso.


				
					A solidão lésbica no mundo 'machocentrado'
A solidão lésbica no mundo 'machocentrado'. ​Foto: Reprodução / Canva Pro

Letramento lésbico no mundo 'machocentrado'

As pessoas hétero, em sua maioria, têm uma falta de letramento preocupante com as questões de sexualidade. Adotam as suas realidades como padrão e válidas e ignoram as demais. Para não se sentir inferiorizada, em meio a tanta opressão (muitas vezes vinda do nosso próprio núcleo de amizades e família), é fundamental buscar se lesbocentrar.

Recomendo que você se entretenha com filmes, séries, livros e músicas que visibilizem a lesbianidade - nesta minha coluna, dei várias dicas, vale a pena conferir. Além disso, busque acompanhar influencers lésbicas no Instagram, contratar profissionais lésbicas, construir amizades com lésbicas e frequentar locais pensados para lésbicas.

Eu amo o “privilégio” de ser sapatão e espero que você possa, para além de se aceitar, encontrar esse amor dentro de você também. A lesbianidade é um motivo de orgulho, não de vergonha. Sigamos juntas na desconstrução dos preconceitos e na conquista dos nossos espaços.

Imagem ilustrativa da coluna EDUCAÇÃO XUALSE
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