Carnaval: estamos buscando o que realmente nos traz felicidade?

Estamos nas vésperas do Carnaval, e, especialmente em Salvador, a agitação começa bem antes das grandes festas. As ruas começam a se encher de pessoas em busca de diversão, de novas experiências, e de consumir o que é oferecido para a temporada. Porém, será que estamos buscando o que realmente nos traz felicidade?

A busca por mais – mais roupas, mais experiências, mais status – é intensa. Porém, muitas vezes, ela nos impede de perceber o que realmente importa: o que já temos. Quando nos concentramos constantemente no que nos falta, acabamos ignorando tudo o que já está ao nosso redor e em nossas vidas.

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Em minha prática como psicólogo, vejo constantemente como o desejo incessante por mais pode nos levar a um ciclo de insatisfação. O Carnaval, com suas festas e consumo, é um reflexo desse comportamento. Roupas novas, ingressos para blocos badalados, viagens caras – tudo isso faz parte da euforia da temporada. Mas, após a festa, quantas vezes nos sentimos vazios ou preocupados com os gastos? A verdadeira plenitude não vem de acumular mais, mas de estar realmente presente com o que temos. Quando conseguimos valorizar o que já temos – as relações, os pequenos prazeres, nossa saúde emocional – começamos a perceber que a felicidade pode estar muito mais perto do que imaginamos.

E é exatamente aí que o Carnaval pode se tornar uma oportunidade para refletirmos e vivermos de forma mais consciente. O convite não é para abandonar a festa ou deixar de se divertir, mas para tornar esse momento uma chance de fazer escolhas mais alinhadas com o que realmente importa. Aproveitar o Carnaval para desacelerar, refletir e ser mais presente nas experiências que vivemos, sem nos perdermos no consumo excessivo e nas expectativas externas.

Neste Carnaval, podemos escolher ter uma vivência diferente, mais focada no que realmente nos traz felicidade. O consumo e a busca por mais podem nos distrair daquilo que preenche nossas vidas de verdade. Quando conseguimos nos concentrar no que já temos e no que realmente importa, criamos as condições para viver uma vida mais rica, mais plena e, acima de tudo, mais verdadeira.

Como psicólogo, acredito que essa reflexão é essencial para vivermos com mais autenticidade. A verdadeira alegria não está na busca incessante, mas no presente, no que já é parte da nossa vida, no que somos e no que já temos.

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