Bye bye agosto e que venha setembro: conheça o livro, série e playlist 'Um defeito de Cor', da autora mineira Ana Maria Gonçalves

Hoje (31) é o último dia do mês de agosto, mês de Omolu, orixá da cura. Sou de Candomblé e meu cotidiano gira em torno dessas crenças e caminhos. Inclusive, o nome da minha produtora, a Alfazema Filmes, vem daí, da sabedoria das plantas, do perfume que purifica, transborda cultura baiana e axé. E daí também vem o nome desta coluna.

Mas o que vim falar hoje aqui é que faço seis meses em setembro neste espaço do Portal iBahia, que traz muito de mim e do que me circunda, do que me transborda, do que presencio e vejo sobre o cinema e audiovisual baiano atual. E neste próximo mês, vou trazer temáticas, questões e vivências que têm me atravessado nesses últimos tempos, desde a saúde mental e o audiovisual, a labuta que é fazer cinema independente onde você é o faz tudo (mesmo!) e como tenho (tentado) transformar todos os corres e labutas diárias em flores. Afinal, é o mês da primavera que se aproxima e o florescer e perfumar é preciso, é necessário e vital.

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E minha dica de hoje não traz o cinema baiano em si, mas traz substâncias também do que ele é feito. Estou lendo atualmente o livro Um defeito de Cor, da autora mineira Ana Maria Gonçalves, presente que ganhei do querido amigo e jornalista Eric Luís. O livro é tudo aquilo e mais um pouco mesmo, mostrando a travessia de uma menina africana para terras brasileiras e tudo que ela passou nisso, na época que negros e negras eram escravizados nesta terra. Facada certeira e necessária.

Outra coisa que tem me atravessado são as interpretações de Viola Davis, que dispensa comentários, mas que tem trazido a cada atuação que vejo, toda força, problemáticas e fortalezas que uma mulher negra precisa enfrentar na vida, como mostra a personagem Annalise Keating na série norte-americana How to get away with murder (2014). E por último, e não menos importante, queria deixar uma playlist que acende o coração e as energias com músicas de mulheres que trazem os orixás e a cultura afro-brasileira para suas canções e ritmos:

Deliciem-se aí que na próxima semana eu vou trazer aqui como tem sido essa minha experiência de fazer um cinema independente e de guerrilha por aqui. Até mais!