Sobre práticas fotográficas e rituais entre mulheres

No próximo sábado (6), vou realizar a segunda edição de um projeto que nasceu como uma forma de saudar aquelas mulheres ancestrais e mães espirituais que ensinam muito sobre o feminino e a vida. E, com isso, me lembro também do poder das pausas e conexões no nosso cotidiano.

Quando eu penso em um projeto, ele parte de um lugar instintivo-intuitivo que eu necessito estar e, ao mesmo tempo, me nutrir e ofertar. O Alfazema Ritual foi assim: eu queria participar de um encontro de mulheres, em meio à natureza, trazendo características de algum arquétipo feminino que cotidianamente me dá força tanto para lutar quanto para criar ideias, planos e a vida ao meu redor.

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E foi assim, na primeira edição do Alfazema Ritual - Primavera Yemanjá, realizado em setembro de 2021, que fizemos uma roda na praia, com pé na areia, trazendo movimentos de pertencimento e fluidez com a dançaterpia de Isis Passos, minha parceira neste projeto, e que oferecemos flores a Yemanjá, como um ritual mesmo. Molhamos nossos pés, fortalecemos nossos laços com a gente mesma e com as mulheres presentes, além da natureza circundante. Isso foi registrado e dirigido por mim, que observava aquelas mulheres e ia dançando com o olhar fotográfico conforme seus corpos bailavam.

Nesta segunda edição, minha intuição vibrou novamente. Depois de um período de baixa psicológica-emocional, eu precisava buscar a prosperidade: de vida, de olhar, de ser, de fazer, de acontecer. Oxum e sua cor dourada-amarela vibrava em minha frente, me chamando. Isis também sentiu essa presença e fomos criar este segundo encontro, que acontecerá no próximo sábado (6), às 15h, na Lagoa do Abaeté, intitulado Alfazema Ritual – Águas de Oxum.

Tudo isso para dizer que, os momentos de pausa, respiro, conexão, de corpo em movimento para o encontro com sua própria prosperidade são necessários e, por isso, este encontro será realizado no mês das yabás (orixás femininos). Estou nessa mesma busca individual e coletiva. Se eu posso entregar o meu olhar e minha fotografia como oferenda, assim também o farei, para eternizar aquele momento de conexão e entrega entre mulheres, ao saudar a rainha das águas doces. Ser-fotografia é também sobre experiência e entrega. No primeiro encontro eu saí como se levitasse. Neste próximo, não tenho a mínima ideia de como estarei, mas sei que a potência de encontros-rodas femininas é enorme e sutil. Então, vamos nessa.