Casa Pia de São Joaquim a serviço da educação

A Casa Pia e o Colégio dos Órfãos de São Joaquim são equipamentos culturais dos mais importantes de Salvador, mas poucas pessoas conhecem. A Casa fica na Rua Jequitaia, na Calçada, passagem obrigatória pra quem mora no Subúrbio da capital.

Segundo pesquisas do professor Daniel Rebouças, entre 1706 e 1709, o rico comerciante de gado Domingos Affonso ergue o chamado Noviciado de Nossa Senhora da Anunciada, doando pouco depois a Casa aos jesuítas. Lá funcionava como uma escola religiosa, mas em 1760, o Marquês do Pombal expulsava-os do Brasil.

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Em 1800 o comerciante catarinense Joaquim Francisco do Livramento chega à Bahia e solicita o imóvel à Coroa Portuguesa e o transforma em um orfanato. Daí o nome de Casa Pia e Colégio dos Órfãos de São Joaquim. Joaquim fez uma pesquisa com os comerciantes da área e descobriu que o comércio precisava de profissionais para carpintaria, marcenaria e área administrativa. Logo implantou cursos profissionalizantes. O órfão entrava criança é só saia quando completava a maioridade. Saía com uma profissão.

Nos anos 80 e 90, a Casa enfrentou algumas dificuldades, falta de manutenção e problemas de várias esferas. Trinta conselheiros, entre eles Rodolfo Tourinho, assumiram a Casa Pia e restauraram a estrutura física. O foco é a educação.

"Nosso projeto era trabalhar com os adultos, mas não deu certo. Então ficamos trabalhando com crianças de 2 a 5 anos. É uma escola infantil. Aqui, elas chegam 8h, fazem três refeições, estudam, dormem, tomam banho e vão pra casa", diz Tourinho.

O imóvel tem 250 anos, tem espaço para eventos corporativos, shows, exposições. O valor do aluguel é destinado à escola, para a educação dos meninos e meninas. "Não adianta a gente pensar que o governo vai educar esse povo. Não dá e nem vai dar", ressalta Rodolfo Tourinho.

Ele acredita que o empresariado tem que ajudar essa nova geração a se formar. "Daqui a 15 anos Salvador vai estar bem pior do que é hoje. O empresário tem um papel na educação pública, não só na privada. Nossa grande decepção é o empresariado baiano, com raras exceções. O empresariado baiano não consegue ter esse olhar para o social, a gente colhe o que planta, se a gente planta feijão, vai colher feijão, se plantar manga, vai colher manga. Duas pessoas eu tenho muita saudade. Um é Moraes Moreira. Ele ia saber se encontrar aqui de uma forma fantástica. E também tenho saudade de Jorge Portugal, que é um cara que eu sempre tive uma ligação forte. Portugal pensava nas pessoas mais necessitadas. Foi ele quem abriu a minha cabeça", disse Tourinho.

UM TRIBUTO A MESTRE KING

Hoje, dia da Dança Afro Brasileira, é dia de homenagear Mestre King, o pioneiro na dança afro na Bahia e no Brasil. Mestre King foi o primeiro homem no Brasil a fazer Licenciatura de Dança. Formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), o rei não está mais entre nós. Feliz daquele que foi aluno dele! A homenagem vai ser hoje, quinta-feira, no Centro Cultural Makota Valdina, antigo Teatro VIII, às 16h30, com a apresentação de vários dançarinos. Viva o Rei !!!

TOM ZÉ VAI SER PREMIADO NA EUROPA

O baiano Tom Zé, o mais tropicalista dos tropicalistas, vai receber dia 20 deste mês o Prêmio Tenco. A premiação é o reconhecimento pela contribuição à canção autoral mundial. O Prêmio Tenco foi criado em 1974, uma homenagem ao cantor italiano Tenco.