Esta semana eu conto pra vocês uma história de sucesso e determinação que tem a culinária baiana como pano de fundo, mais precisamente as delícias da Bahia feitas com azeite de dendê. A história é da empreendedora Danielle Sales. A baiana tem dendê no DNA e eu conto o porquê.
Danielle começou sua vida de empreendedora vendendo acarajé e abará congelados. Aos poucos, o negócio foi crescendo e agora em novembro, quando vamos comemorar o mês da consciência negra, ela vai lançar quatro produtos novos, daqueles de dar água na boca: coxinha de vatapá com recheio de bacalhau e polvo, cocada cremosa de coco branco e queimado, e mais doces de dendê.
Leia também:
Quem já degustou, amou! Bem, mas, enquanto novembro não chega, vamos contar um pouco da história dessa soteropolitana. Quando se fala em azeite de dendê, o olho de Danielle brilha. Ela vê mil possibilidades para a criação de produtos comestíveis.
A moça veio de uma família pobre, de mulheres batalhadoras, que tinham tabuleiros em vários pontos da cidade de São Salvador da Bahia. A primeira baiana de acarajé da família foi dona Helena, vó materna de Danielle, que esta semana completou 92 anos.
Vó Helena teve 18 filhos, educou um por um vendendo acarajé e tudo o que o tabuleiro da baiana tem. Dos dezoito, 12 estão vivos, são dez mulheres e dois homens. Sete das filhas de dona Helena seguiram a profissão da mãe e também foram baianas de acarajé. Orgulhosa, Danielle cita nome por nome das tias: Zuleide, Zenaide, Maria Helena, Jaciara Antônia, Mara e dona Amélia, mãe de Danielle. Nossa empreendedora se formou em Turismo, cursou Direito até o quinto semestre, mas desistiu da carreira de advogada. Mais adiante passou a fazer parte da confraria do dendê e lá estava ela vendendo abará e acarajé. Detalhe: congelados.
Os fregueses eram amigos e familiares. Dani, como é chamada por muitos, sentia que poderia fazer diferente da avó e das tias. Resolveu revolucionar o mercado, começou mudando o nome da empresa, fez uma jogada de marketing pra chamar atenção e conseguiu. Na época, Salvador estava vivendo o boom de comida gourmetizada, como era chamada a comida mais elaborada, estilizada e mais bonita. Assim, em 2018, surgiu a @temdendegourmet. Era tudo que a Dani queria: um nome que fosse forte, pequeno e impactante. As ideias foram surgindo e ela criando outros sabores.
A @temdendegourmet hoje vende pra mercados, supermercados, hotéis e resorts. Não foi fácil, mas ela insistiu e deu uma virada na empresa. “Eu acredito no meu produto, não sei fazer outra coisa. Não perco uma oportunidade pra levar meu abará gourmetizado, meu acarajé. Tenho linha vegana porque hoje muita gente tem intolerância a determinados produtos. Minha intenção é potencializar o dendê que é ancestral e é nosso!! E preservo a tradição. No início de tudo minha família olhava e falava assim: “Pôxa, Daniela estudou tanto para ir pra beira de um fogão!!".
Hoje as coisas mudaram muito, o dendê gourmet caiu no gosto do povo. E Danielle se prepara para vender exportar. Ela vem se preparando, já fez até curso na FIEB. - Federação da Indústria do Estado da Bahia. A empreendedora transforma sonhos em realidade, essa é a diferença dela. O sonho maior dessa empreendedora é dar melhor qualidade de vida para sua família. A meta é que mais mulheres negras percebam que é possível. Talento é o que não falta!!.
CINEMA E MÚSICA NO MUSEU
Programa bom para sexta-feira (11), na Sala de Arte Cinema do Museu de Geologia, no Corredor da Vitória. Às 18h45, a exibição do filme Narciso de Freitas e depois, às 20h30, um show com Ângela e Duarte Velloso, cantando Caetano Veloso.
SEXTA DO JAZZ NA BOCA DO RIO
Para os que curtem jazz, o caminho é a Associação Jazz Avenida, na Boca do Rio. O convidado especial é o argentino Quique, que será acompanhado por Moa Brasil, na guitarra; Remo Nuanço, no saxofone e Laurant, na bateria. A entrada é 2 kg de alimento ou Pix Solidário. Até quinta que vem.
Wanda Chase
Wanda Chase
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!